domingo, 3 de abril de 2016

PARA MINHA AMADA MORTA DE ALY MURITIBA





BRASIL, 2015, 114 MIN. DRAMA
ELENCO:
FERNANDO ALVES PINTO – FERNANDO
MAYANA NEIVA – MULHER DE SALVADOR
LOURINELSON VLADIMIR – SALVADOR
GIULY BIANCATO – FILHA DE SALVADOR
Para Minha Amada Morta foram conferidos vários prêmios internacionais como Sundance e sete candangos no festival nacional. O diretor, em seu primeiro longa de ficção, consegue dar foco para drama psicológico e suspense ao mesmo tempo. O filme é sombrio e a história também, mostrando o outro lado de qualquer um de nós, o pior lado, o sombrio. Fernando é um fotógrafo policial e está totalmente desolado com a morte repentina de sua mulher. Com um filho pequeno amarga com grande tristeza o luto por sua amada morta. Suas roupas são passadas, seus sapatos limpos e arrumados e as fotos e fitas antigas VHSH vistos e revistos várias vezes. Está tão mal que a própria cunhada aconselha que mude totalmente de vida. Em sua busca pelo passado da mulher acaba descobrindo, aleatoriamente, um vídeo que a mostra nua fazendo sexo com outro homem e pior, diz que ele foi a melhor coisa que aconteceu em sua vida! (Esta frase estará ligada a ele obsessivamente durante todo filme). O foco é mais no rosto de Fernando do que no vídeo, mas imaginamos o que está vendo por sua expressão desoladora e incrédula. Ele é um homem organizado, pragmático e dono de uma fleuma invejável. Mandando seu filho de férias por um tempo, sai à procura do amante. Sua mulher era advogada criminalista e ele também o fora. No escritório dela, vasculha os arquivos até achar Salvador, um ex-presidiário condenado por contrabando e solto. Consegue localizá-lo e põe seu plano macabro de vingança em ação. Tinha uma arma escondida na pequena mala. Fica instalado na edícula da casa, que estava sendo alugada e se faz de evangélico, ganhando ajuda do “irmão”. Salvador mostra-se um homem de família, com uma maravilhosa esposa (Mayana Neiva em soberba representação que rouba o filme) e duas filhas, uma adolescente e outra pequena. Vai entrando na rotina da família, tentando vingar-se no seio dela. Primeiro a jovem, para quem oferece cigarro e um ombro amigo e como é fácil enganar uma menina pura de 15 anos... Com a pequena e a mãe também é solicito. Durante uma noite, no galpão da casa de seu rival trava uma conversa bem pessoal, que acaba indo para o campo da traição e Salvador se abre com ele sobre seu caso com sua mulher, sem desconfiar de nada e confirma todos os fatos vistos no vídeo. Ele confessa também que ela o estava destruindo, mas que desaparecera subitamente. Sofreu, mas fora um alívio. Fato confirmado, Fernando passa a abordar sua mulher, chegando a mostrar-lhe o vídeo e ela, resignada, pergunta por que está fazendo aquilo com eles. A tensão para o espectador vai sempre num crescendo, sem sabermos onde vai parar. O clima entre Salvador e Fernando deteriora-se a ponto do primeiro mandá-lo sair de sua casa, depois de uma conversa em que o justiceiro Fernando passa a ser réu de Salvador, um personagem mais forte e masculino. Sua vingança se concretizara nas cenas finais e ficamos nos perguntando quem afinal foi o mais atingido. Bom filme, com um roteiro interessante e bastante cruel.


Nenhum comentário:

Postar um comentário