domingo, 23 de fevereiro de 2014

12 ANOS DE ESCRAVIDÃO DE STEVE MCQUEEN




TWELVE YEARS A SLAVE, REINO UNIDO/2013, 134 MIN. DRAMA
ELENCO:
CHIWETEL EJIOFOR – SOLON NORTHUP
MICHAEL WILLIAMS
MICHAE FASSBENDER
BRAD PITT
Este impressionante épico histórico baseou-se nas memórias de Solon Northup, um negro livre nascido no Estado de New York. O filme passa-se em 1841, antes da guerra civil, em plena América racista até a medula e abominável até o âmago. É dirigido pelo diretor inglês e negro Steve McQueen, que não deixa uma vírgula para trás de como os negros eram tratados nessa época. O filme é ótimo, mas depois de assisti-lo você, certamente, verá as coisas de outra maneira, porque ele dói, dói muito. Indicado a vários prêmios também concorre ao Oscar com várias nominações. Solon, interpretado pelo ótimo Chiwetel Ejiofor, é um carpinteiro especializado, culto, casado e com dois filhos, livre, muito inteligente e ótimo tocador de violino. Em sua cidade, onde tem uma bela casa, é convidado por uma dupla de artistas a passar alguns dias tocando violino com uma trupe. Eles são convincentes e Solon concorda. Entretanto, trata-se de uma dupla de vigaristas sequestradores, que depois de o deixarem inconsciente, o amarram a grilhões e quando acorda vai direto para o Sul do país, onde é vendido como escravo por um alto preço. A princípio tenta dialogar que é um engano, mas logo desiste diante de tanta brutalidade e vê que para sobreviver era preciso calar. É vendido para Ford e tem seu nome trocado para Platt. Ford gosta dele por sua diferença junto aos outros, mas esta vantagem só se mostrará maléfica, pois será motivo de inveja dos próprios brancos. Ford é obrigado a vendê-lo para Edwin Epps, um boçal que acredita que os escravos são pertences e não pessoas e os maltrata para seu prazer e sadismo. São sucessões de cenas da mais alta indignidade humana, mas muito verdadeiras, pois parece que os americanos eram os mais selvagens com seus escravos, como mostram vários filmes. Ele tentara por uma vez mandar uma carta para sua cidade, a fim de pedir ajuda, mas tudo em vão. No terço final dessa saga, ele volta a trabalhar com Epps, mas conhece um carpinteiro canadense (Brad Pitt, muitíssimo bem, também produtor) que depois de alguma hesitação leva uma mensagem para o norte sobre sua situação. Essa circunstância desesperadora leva 12 anos, mas um dia chega o xerife da cidade, acompanhado de um cidadão branco, dono de uma loja na qual Solon se abastecia e ele é solto, mediante comprovação oral e documental. Finalmente chega à sua casa, já com os filhos crescidos e processa Epps, mas, como negro, não pode testemunhar! O carrasco se safa, mas Solon fica junto aos seus e em 1853, escreve suas memórias, além de se tornar republicano e fazer diversas palestras pelo país. Ótimo filme.

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