SOSHITE CHICHI NI NARU, JAPÃO, 2013, 120 MIN., DRAMA
ELENCO:
MASAHARU FUKUYAMA
YOKO MAKI
JUN KUNIMURA
RIRI FURANKI
Sem dúvida esse é um dos filmes
mais delicados e com várias mensagens psicológicas e filosóficas do ano. O
excelente diretor Hirokazu Koreeda analisa uma situação familiar das mais
delicadas que pode haver: a troca de bebês na maternidade. Aproveitando-se desse
enredo tão difícil de lidar, vai apontando várias situações entres os jovens
japoneses da atualidade. Sendo um país cheio de tradições e com uma cultura
muito antiga, o Japão não lida com a mesma lógica dos ocidentais em várias
situações familiares e profissionais. Um jovem casal sem filhos tem seu
primeiro e único filho em uma maternidade suburbana, na qual nascera sua
esposa, pela proximidade da casa da mãe. O parto é complicado e ela fica
inconsciente e muito doente por vários dias, sem poder dar a atenção que o
marido esperava. Ele é um jovem executivo, arquiteto, de uma grande e
importante firma, vindo logo abaixo de seu diretor geral. Espelhado em sua
trajetória de trabalho, sete vezes por semana, almeja ser como ele para também
obter um alto cargo e ser respeitado e poderoso. O convívio no lar torna-se
precário, pois nunca tem tempo para a família. Por outro lado, em uma cidade
interiorana, outro homem, não tão jovem como ele, é comerciante simples e tem três
filhos, mais o pai que mora com ele. Sua mulher é prática e doce, cumprindo seu
dever com prazer, pois sempre poderia contar com a presença do marido, uma
espécie de filósofo moderno, pois morava no local onde trabalhava para ter
contato com sua família. Esse era seu grande desejo, além de um pouco mais de dinheiro,
pois a situação não estava nada fácil. Um dia, ambos os pais recebem um
telefonema do hospital, seis anos depois dos partos, para avisar que as criança
haviam sido trocadas e quanto mais rápida a solução, melhor para os garotos.
Ryota, o arquiteto, não tem muita paciência com seu pequeno, que não é
agressivo e calculista como o pai, é generoso e bom como a mãe. Descoberto o
erro Ryota desabava que “agora estava tudo explicado”, o que magoa a mãe. As
famílias passam a conviver, apesar da diferença social e filosófica. Era o que
mandava os juízes de menores, até que fosse feita a troca definitiva. Nesses
momentos de estranhamento é que o diretor põe em cheque as personalidades tão
diferentes dos pais: um ambicioso e o outro simplesmente feliz. A troca chega a
se concretizar, mas o final da história é que tem a chave da sabedoria
oriental. Imperdível, pelo roteiro, pela atuação dos personagens e um presente
de direção bem conduzida com uma linda fotografia.
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