segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O DITADOR DE LARRY CHARLES

O DITADOR DE LARRY CHARLES

 


 

THE DICTATOR, EUA/2012, COMÉDIA, 83 MIN.



ELENCO:


BEN KINGSLEY


SACHA BARON COHEN – DITADOR


JASON MANTSOUKAS






Essa terceira comédia de Sacha, após BORAT e BRUNO é, sem dúvida, a melhor para quem gosta desse estilo de filme. Apesar de escrachada, não é tão apelativa como as anteriores e tem um forte e atual cunho político, uma sátira política, como o Grande Ditador de Charles Chaplin. O filme, politicamente incorretíssimo, resume a atual realidade dos países árabes, com suas primaveras à procura de liberdade e democracia. Na fictícia nação africana, Wadiya, seu líder e cruel ditador, general Aladeen (Sacha), com sua enorme barba, gosto duvidoso e opulento, segue para Nova York em direção a ONU, a fim de colocar sua posição em dia. O país está com uma ogiva nuclear e enriquecimento de urânio para “fins medicinais e pacíficos”. Ao chegar aos Estados Unidos, por uma razão escusa de sequestro pelo tio, tem sua barba raspada e é confundido como um imigrante ilegal por uma jovem americana humanitária, que possui uma loja de artigos verdes com todos os empregados nas mesmas condições, vindos de vários países pobres. Seu sósia, pois tem vários, vai assinar um documento que garantirá a democracia em Wadyia. Os habitantes exultam de alegria e imagens são mostradas em todo mundo. Ele se desespera, está sem sua barba e suas condecorações, mas as coisas tomam um rumo tão inesperado, que ele acaba se apaixonando pela jovem salvadora. No início existe uma homenagem a Kim Jong-il (1942-2011) da Coréia do Norte, sucedido agora pelo seu jovem filho alienado. Imagens documentais de Obama e Hillary também fazem a festa da película. No final, Aladeen, reposto em seu verdadeiro lugar, faz um discurso imperdível mostrando aos políticos americanos, agora perplexos, as vantagens e glórias do país se tornar uma ditadura fechada como Wadiya. Não saia antes dos créditos, pois ainda há uma sequência de cenas finais. Programa divertido e inteligente, com ótima atuação de Sacha, o caricato.


domingo, 19 de agosto de 2012

360° DE FERNANDO MEIRELLES



360° REINO UNIDO/2011,110 MIN.

ELENCO:

RACHEL WEISZ –

JUDE LAW – EXECUTIVO

ANTHONY HOPKINS - JOHN

MARIA FLOR – LAURA

JULIANO CAZARRÉ - FOTÓGRAFO

Fernando Meirelles dirige outra produção internacional. Roteirizada pelo experiente inglês, Peter Morgan de A Rainha, teremos várias tramas que se passam através do globo em lugares como Áustria, Eslováquia, França, Inglaterra, Estados Unidos. São histórias isoladas, sempre envolvendo sexo, traição, perdas, estupro e várias outras fragilidades humanas. Na primeira cena vemos uma moça do leste europeu tirando fotos, seminua, a fim de se tornar garota de programa e poder, no futuro, ter um negócio próprio e também ajudar a irmã. Seu primeiro programa com um alto executivo inglês (Jude Law) é frustrado, mas ela segue uma carreira ganhando muito dinheiro. O parceiro de Jude Law é outro executivo, mulçumano, que fica com a garota e não consegue ter mais paz em sua consciência. Outra trama é da brasileira (linda Maria Flor) que mora com o namorado fotógrafo (Juliano Cassaré), mas decide voltar para o Brasil, pois ele tem um caso com quem? Com a mulher do executivo inglês, que não consegue terminar seu relacionamento com o jovem fotógrafo brasileiro de 25 anos. São essas coincidências malucas que formam os pares desta peça. Anthony Hopkins é um senhor que conhece Laura durante um voo para Denver, quando são obrigados a ficar horas nessa cidade por causa de uma nevasca. Ele está há anos a procura de sua filha desaparecida e resolve “proteger” Maria Flor durante o trajeto. Ela, porém se envolve com um rapaz recém-saído da prisão especial para criminosos sexuais (Ben Foster), que está indo para sua cidade a fim de reabilitar-se socialmente. É a parte mais interessante de todas. Os mafiosos russos que agenciam as garotas de programa são representados de maneira típica e com fim já esperado. Muitas pessoas participam da trama, com alguma propriedade. Meirelles usa de um bom artifício para não ficarmos perdidos – divide cenas na tela, simultaneamente, em duas ou três partes, para que saibamos as sequências corretas. A título de curiosidade, o inglês falado por nossos artistas brasileiros e suas representações são bastante convincentes. Ótima fotografia e uma direção segura para um enredo tão elástico e meio previsível. Em contrapartida a esse filme que fala de sexo com pessoas cheias de hormônios e jovens, temos outro, Um Divã para Dois, com a excelente Merryl Streep, no papel de uma senhora que ainda sonha em ser feliz na cama com seu marido.



UM DIVÃ PARA DOIS DE DAVID FRANKEL

UM DIVÃ PARA DOIS DE DAVID FRANKEL HOPE SPRINGS, EUA/2012/COMÉDIA DRAMÁTICA/100 MIN. ELENCO: MERRYL STREEP – KAY TOMMY LEE JONES – ARNOLD STEVE CARREL – ANALISTA

 Dirigido por Hope Springs de o Diabo Veste Prada e roteirizado por Vanessa Taylor, da televisão, esse filme trata do amor sexual na maturidade. É um assunto muito atual, vendo-se a longevidade e atividade das pessoas de hoje em dia, contudo é um pouco entediante, apesar do casal de atores que estão perfeitos para seus papéis. Kay é casada há trinta e um anos com Arnold, um contador muito mal humorado, que sequer olha para sua mulher, que não sabe mais o que fazer para agradá-lo e mimá-lo. Uma história bem conhecida aqui pelo Brasil. Desesperada com a vida que leva, dormindo há anos em quartos separados e com as portas muito bem fechadas, resolve dar uma guinada em sua vida e paga uma soma bastante grande, quatro mil dólares, para procurar um guru a fim de afinar a união em fase de desmanche. Avisando o marido de sua decisão e esperando sua companhia para passarem uma semana na pequena Hope Springs, vila à beira mar do outro lado de onde moram. Arnold aceita somente porque fora aconselhado por um amigo do trabalho que fosse, pois seu casamento quando estivera em perigo, reagiu de modo machista, e amargava uma vida solitária e infeliz. Ele não a olha, não a toca e não conversa. Diante do terapeuta, sente-se constrangido pelas perguntas diretas sobre a vida sexual de ambos. Kay está solta, pois fora sua iniciativa, entretanto tem também muita culpa no cartório pelo estado das coisas. Exercícios são requeridos e aí está a graça, pois é constrangedor fazer algo que foi insinuado e não é espontâneo. Para casais em crise de meia idade, ou principalmente para os jovens, que ignoram completamente esses aspectos da velhice é enriquecedor. Merryl e Tommy Jones é que fazem o mérito do filme, muito mais que o enredo.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

BEM AMADAS DE CHRISTOPHE HONORÉ


BEM AMADAS DE CHIRSTOPHE HONORÉ

LES BIENS AIMÉS – FRANÇA/INGLATERRA/REPÚBLICA CHECA, 2011, 139 MIN.

ELENCO:

MADELEINE – LUDIVINE SAGNIER

MADELEINE – CATHERINE DENEUVE

VÉRA – CHIARA MASTROIANNE

Com um ótimo elenco Christophe Honoré conta a estória de Madeleine e sua filha, Véra (filha de Deneuve também na vida real com Marcelo Mastroianne). O filme abriga quatro décadas, começando em 1964 quando a jovem Madeleine, funcionária de uma loja famosa de sapatos, torna-se “pute”, quase que acidentalmente. Depois de conhecer um jovem checo, médico, apaixona-se por ele e vai para Praga, onde tem uma filha, a linda Véra. Depois da ocupação russa na cidade ela retorna com a filha para a França, divorciando-se desse homem que a trai constantemente. O filme passa para 1978, quando a filha já é maior, uma adolescente, que vê nos amores da mãe seu futuro comportamento. Madeleine não se liga a ninguém seriamente, e age com bastante naturalidade quanto ao seu comportamento nada convencional. Catherine Deneuve atua muito bem neste papel de mulher madura, que não lhe é tão estranho para quem já viu Belle de Jour. Véra agora é interpretada por Chiara Mastroianne, moça que ao contrário de sua mãe quer um filho e um marido que a ame. Namorando um rapaz francês, apaixona-se por um músico inglês que é gay. Querendo ficar com ele de qualquer maneira, apesar de saber que tem aids, vai vê-lo no dia do desastre das torres gêmeas e é obrigada a seguir para o Canadá. Lá formam um trio, pois vai acompanhado de seu namorado atual. Contudo ele nutre um sentimento erótico por ela que não consegue compreender. Suas vidas terão destinos diferentes e Madeleine continuará casada com o segundo marido, um militar. É uma peça sobre famílias disfuncionais, mas que nos dias de hoje parece ser cada vez mais numerosa. Bom entretenimento para quem gosta de musicais, pois as canções de Alex Beaupain, apesar de costurarem a narrativa, tornam o filme cansativo.