terça-feira, 28 de novembro de 2017

BONECO DE NEVE DE TOMAS ALFREDSON




SNOWMAN, REINO UNIDO, EUA, SUÉCIA, 2017, 119 MIN., SUSPENSE.
ELENCO:
MICHAEL FASSBENDER – HARRY HOLE (DETETIVE)
REBECCA FERGUSON – KATRINE BRATT
CHARLOTTE GAINSBOURG – RAKEL FAUKS


Harry Hole é um detective da série policial de Jo Nesbo, escritor norueguês. Este livro foi publicado em 2007 e adaptado para o cinema e dirigido por Tomas Alfredson. Harry investiga com sua brilhante ajudante novata o desaparecimento de uma mulher em Oslo. É quando caem as primeiras nevascas do inverno, que está particularmente forte. As cenas são cobertas por neve alta e quase não se vê mais nada, dando uma sensação claustrofóbica desde o início. Trata-se de um ardiloso criminoso que há muito tempo havia começado uma série cruel de assassinatos não resolvidos. Poderia ser a mesma pessoa do atual crime, pois seu cartão de visitas é um boneco de neve, voltado para frente da casa das vítimas. As cenas mais parecem um filme de horror e captura sua atenção. Um personagem improvável será o causador de tanta dor, pois serrava a cabeça das vítimas e depois colocava outra feita de neve no lugar. A crítica de uma maneira geral não deu uma boa classificação para a película, todavia tem seu atrativo.


BARREIRAS DE LAURA SCHROEDER




BARRAGE, LUXEMBURGO, 2017, 112 MIN., DRAMA.
ELENCO:
LOLITA CHAMMAH – CATHERINE
TEMIS PAUWELS – ALBA
ISABELLE HUPPERT – ELIZABETH


A diretora Laura Schroeder faz um relato de relações familiares conturbadas nesse ótimo filme, com elenco primoroso. Três mulheres de gerações diferentes mostram sua história de vida. Elizabeth, uma avó e mãe determinada e fria, Catherine, filha de Elizabeth, jovem desajustada e finalmente a pequena Alba, neta e vítima dessas relações desencontradas. Catherine havia deixado Luxemburgo com uma carreira promissora no tênis indo morar na Suíça por beber sem controle. Deixou para trás sua filha Alba, ainda muito pequena, aos cuidados da mãe para que a criasse. Dez anos depois ela volta e é quando começa o filme. Catherine se aproxima de uma quadra de tênis e observa sua filha sendo treinada pela mãe, pois iria participar de um campeonato. A jovem mãe lembra-se de como era tratada com a mesma idade e a dificuldade que apresentava com essas regras. Aos poucos se aproxima de Elizabeth que a vê com surpresa, pois parece estar bem mais madura e bem vestida.  Alba mostra-se distante, pois mal se lembrava da figura materna. Catherine decide convidar a filha para um passeio e viajam para a propriedade de verão, um belo chalé no norte do país, onde passava as férias de verão com a família e algumas vezes com a menina ainda bem pequena. Uma relação entre mãe e filha vai se formando. Às vezes parecem irmãs pela pouca diferença de idade. Lentamente Alba se solta e passam por momentos felizes, até que o peso dessa responsabilidade acaba traindo a segurança de Catherine e a diretora lida muito bem com esses momentos difíceis que deverão ser enfrentados pelas três personagens. Filme imperdível para quem gosta de observar a alma humana e seus conflitos. A atuação das três e o cenário maravilhoso valem o filme.


quarta-feira, 22 de novembro de 2017

DEPOIS DAQUELA MONTANHA DE HANY ABU-ASSAD




THE MOUNTAIN BETWEEN US, ESTADOS UNIDOS, 2017, 112 MIN. AÇÃO
ELENCO:
IDRIS ELBA – DR. BEN BASS
KATE WINSLET – FOTOJORNALISTA ALEX MARTIN


Baseado na novela do mesmo nome de Charles Martin. Estrelado por Kate Winslet e Idris Elba, no papel de uma jornalista e um cirurgião, respectivamente, sobrevivem a um desastre aéreo, quando o piloto tem um enfarte fulminante e morre. Batem em uma montanha no norte dos Estados Unidos, durante o inverno e têm de sobreviver ao tempo inclemente e aos ferimentos, junto ao cão que era do piloto. Ben enterra o morto e acode às feridas de Alex, mas ela pede para ser deixada para trás e que ele prossiga. Recusando usa de toda sua astúcia para melhorar a situação. Alex é arrojada e pragmática, assim os dois juntos, mais o cão, vão formando uma parceria com possibilidades de salvação. Uma forte amizade nasce entre os sobreviventes, que acabam conseguindo descer as montanhas e ser levados ao hospital. Cada qual segue seu destino, ele vai para Londres onde mora e ela fica em sua pequena cidade americana. Ben não a procura, pois acredita que esteja casada, mas não é a realidade. O filme tem um final feliz. Muito bom!!!


domingo, 19 de novembro de 2017

VICTORIA E ABDUL - O CONFIDENTE DA RAINHA DE STEPHEN FREARS



VICTORIA AND ABDUL, REINO UNIDO-ESTADOS UNIDOS, 2017, 112 MIN.


ELENCO:
JUDI DENCH – VICTORIA
ALI FAZAL – ABDUL



Agra, Índia, 1877. Dois jovens indianos são selecionados para levar uma moeda mongol muito rara para presentear a rainha Victoria em seu jubileu de ouro. Um deles, Abdul, já havia escolhido um belíssimo tapete para a corte, presente muito festejado. Quando chegam, após uma longa viagem, são menosprezados pela corte britânica e o estranhamento entre eles é grande. Ao entregar o presente, apesar de ser avisado para não encarar a rainha, não só o faz como lhe oferece um belo sorriso. Ela se simpatiza com ele e pede para que seja seu secretário, chegando, com o passar dos anos, em transformá-lo em seu conselheiro pela atenção que lhe dá e sua história de vida muito rica. A corte, obviamente, rechaça a decisão e não compreende as relações afetivas entres essas duas pessoas tão diferentes. Em suas conversas Abdul chega a ensinar a língua muçulmana para a majestade e todo esse enriquecimento humano faz com que ela ganhe ânimo e certo frescor. Stephen Frears, apesar de ser ótimo diretor e já ter feito um belo filme sobre a rainha Victoria com a mesma atriz, desta vez derrapa e apresenta uma obra fraca e irregular. O tom no início é de comédia e interessante, mas com o desenrolar da história vai ficando artificial e enfadonho. Esse diretor, apesar de dirigir ótimos filmes, é instável, quer mostrar o choque cultural de maneira singular, mas passa longe disso. Regular. Obs. A plateia estava cheia.

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

DO OUTRO LADO DA ESPERANÇA DE AKI KAURISMAKI



TOIVON TUOLLA PUOLEN, FINLÂNDIA, ALEMANHA, 2017, 100 MIN.
ELENCO:
SHERWAN HAJI – KHALED
SAKARI KUOSMANEN – WIKSTROM



O excelente longa, dirigido pelo famoso diretor finlandês Aki Kaurismaki, ganhou o Urso de Prata de melhor diretor em 2017, Berlim. O filme, uma mistura de ternura sem ser piegas e com um humor seco e inteligente, conta a história de dois personagens paralelos que se encontraram apenas a certa altura do filme. Um deles é um empresário cinquentão que abandona a mulher alcoólatra, sem remorsos, colocando sobre a mesa as chaves do apartamento e sua aliança, a qual vai direto para um cinzeiro sujo. Ele decide vender suas 3.500 camisas e abrir um restaurante pequeno, pois afirmam que apesar da crise ninguém para de beber. O dinheiro não é suficiente e em um jogo de pôquer consegue o bastante para comprar esse estabelecimento, já decaído. Do outro lado, vemos um jovem desembarcar no porto de Helsinque, escondido em uma carga de carvão do navio Eira. Esse jovem está à procura de asilo político e fez uma enorme jornada desde a Síria até a Finlândia, viajando a pé, em barcos, e finalmente no navio que não sabia para onde iria. Separado da irmã durante a fuga, está à procura dela. No começo do filme esses dois personagens têm um breve encontro, sem se olharem, contudo o destino dos dois ficará selado. Enquanto espera por um visto de permanência, vai tentar trabalhar em qualquer coisa, encontrando o generoso Wikstrom que lhe oferece uma oportunidade de ficar no país. Todo o filme é uma ácida crítica contra a sociedade europeia e nórdica que ofende, bate, exclui e expulsa seus imigrantes desprotegidos. O restaurante não vai bem das pernas na área de comida e o dono e seus empregados, incluindo Khaled fazem de tudo para manter o lugar aberto. Nesse universo de baixa classe média e desencontros vamos tomando ciência de como o diretor constrói o caso dos imigrantes de um modo ácido e com o mínimo de diálogos possíveis, mas que mostra a grande solidariedade de alguns cidadãos, mas não do governo. Imperdível!!! 

domingo, 5 de novembro de 2017

GABRIEL E A MONTANHA DE FELLIPE BARBOSA




BRASIL, FRANÇA, 2017, 131 MIN., AVENTURA BIOGRÁFICA.
ELENCO:
JOÃO PEDRO ZAPPA – GABRIEL
CAROLINE ABRAS – NAMORADA
LEONARD SIAMPALA



Gabriel e a Montanha, ótimo filme nacional, é baseado em fatos reais. Fellipe Barbosa conta a história do jovem Gabriel, que decide passar um ano sabático viajando pelo mundo e nos meses finais encontra-se na África, a fim de alcançar o topo do monte Mulange.  Antes e ir para a Universidade da Califórnia, quer achar sua própria identidade, vivendo como os locais da África subsaariana. Veste-se como eles, dorme em suas casas e confraterniza-se, querendo estudar a pobreza e suas dificuldades. No final encontraria sua namorada que também viajava para países em desenvolvimento. O filme ganhou prêmio de revelação em Cannes. O diretor foi amigo de infância de Gabriel e faz o possível para homenagear o amigo com grande sucesso. Usa diálogos com pessoas que conviveram com ele, que dando seu depoimento torna tudo mais verdadeiro. Começa 70 dias antes de ele desaparecer até ficar 19 dias perdido no alto do Mulange. Cheio de expectativas de vida e verdades próprias dos jovens, além de distribuir uma grande empatia por onde passa, tem um lado turrão que o levou à morte. Sua namorada é uma jovem inteligente, moderna e que não se prende a regras ditadas de moral e ética. Após conviver com esse povo pobre e hospitaleiro, encontra sua amada, com quem recita versos de  Quintana ao pé da cachoeira. O longa prende a atenção pelo novo, pela honestidade e verdade. Com o premio ganho em Cannes neste ano, deve ter muito sucesso junto ao público aqui no Brasil.  Belíssimas imagens e ótimas representações, absolutamente imperdível!!