segunda-feira, 30 de outubro de 2017

MARK FELT: O HOMEM QUE DERRUBOU A CASA BRANCA DE PETE LANDESMAN



MARK FELT: THE MAN WHO BROUGHT DOWN THE WHITE HOUSE, EUA, 2017, 103 MIN., BIOGRAFIA
ELENCO:
LIAM NEESON - MARK FELT
DIANE LANE – AUDREY FELT
MAIKA MONROE – JAON FELT, FILHA DOS FELT
JOSH LUCAS – CHARLES BATES
MARTON CSOKAS – PAT GRAY


Thriller de espionagem bem dirigido e escrito por Peter Landesman, 2017, baseado na autobiografia do vice-presidente do FBI, Mark Felt, escrita com John O’Connor. Muito interessante por vermos o escândalo do famoso Watergate, que provocou a renúncia do presidente Richard Nixon em 1974, por estar envolvido em tremendos escândalos da época, na Casa Branca. Edgar Hoover era presidente do FBI. Com sua morte inesperada,  em 1972, Felt, que trabalhava no FBI há trinta anos, acreditava ser nomeado como presidente, pois era ele a pessoa que filtrava todas as informações que seriam passadas a Hoover. Entretanto para desapontamento de sua esposa e dele, Nixon escolhe um “outsider” (de fora) para ocupar o cargo, Pat Gray. Isso vem como uma bomba para a equipe que já investigava o caso Watergate, envolvendo o presidente dos Estados Unidos e qual seria a extensão de sua inclusão. Em 1972 cinco homens foram presos, suspeitos de implantarem escutas na sede dos Democratas, uma vez que Nixon era republico. Mark Felt dedicara sua vida para melhor servir a corporação e começou a enviar mensagens secretas para os repórteres Bob Woodward e Carl Bernstein  do Washington Post. Era tão conhecido no jornal que passou a ter a alcunha de Garganta Profunda dentro da mídia. Esse já era o segundo mandato de Nixon e mesmo antes de ele se reeleger, Felt fez o possível para pegá-lo sem sucesso. Em sua vida particular ocorria outro grande drama, pois sua filha, diferenciada como aluna, havia desaparecido sem deixar pistas. Audrey Felt cobrava o marido por não fazer uma investigação sobre ela, mas  sempre contrapunha que não se sabia até onde isso levaria. Entretanto, fazia uma grande sondagem particular do caso.  Pat Gray quer acabar com a investigação, mas Felt sempre contestava pelo fato daquele ser um órgão autônomo. O filme prende a tenção da plateia desde o início, 195 dias antes das próximas eleições que elegeriam Nixon.  A ação do filme é intensa, com diálogos rápidos e bem redigidos. À medida que o tempo avança, o casal consegue encontrar a filha e seu bebê, mas o caso Watergate continuava sem solução. Aposentado a força em 1973, continua seguindo o caso. Em 1974 as investigações chegam ao final, com a renúncia do presidente. Em um julgamento não revela sua posição como Deep Throath, mas em 2005 resolve divulgar sua verdadeira identidade para a Vanity Fair, aconselhado por sua filha. A interpretação de Liam Neeson é impecável, somente seu olhar transmitindo alguma coisa, seu corpo e gestos são sempre serenos e corretos. Diane Lane também está ótima como a esposa enamorada do poderoso marido. A atriz ficou decepcionada com os vários cortes feitos com suas cenas, aparecendo apenas algumas tomadas. Ótimo filme. Imperdível.


terça-feira, 24 de outubro de 2017

GUERRA DOS SEXOS DE JONATHAN DAYTON E VALERIE FARIS




BATTLE OF SEXES, EUA, 2017, COMÉDIA.
ELENCO:
EMMA STONE – BILLIE JEAN KING
STEVE CARELL – BOBBY RIGGS


Neste delicioso e ótimo filme temos a reprodução do que ocorreu em 1973, quando dois expoentes do tênis disputaram uma partida chamada “battle of the sexes”. Os diretores de Little Miss Sunshine resolveram pelo gênero comédia, porque o que se passou foi isso mesmo. Billie Jean King, 29 anos, foi uma das mais proeminentes tenistas de sua época, tendo lutado muito pelo aumento no valor do prêmio recebido pelas mulheres, pois a bilheteria era a mesma. O engraçadíssimo porco chauvinista, Bobby King, 55 anos, fora em sua época um dos maiores tenistas profissionais e propagava a quatro ventos a superioridade masculina em todos os aspectos. Mulher teria de ficar em casa, cuidando da comida e filhos. Os comentaristas e torcedores de tênis apoiavam sua opinião e é nesse contexto, antes das jogadas, que vem a comédia do longa. King fora vencedora de cinco títulos em Wimbledon e seria campeã novamente em 1975. Bobby era casado, tratava sua mulher muito mal e era um jogador compulsivo. Billie King seria sua opositora favorita por sua luta em favor das mulheres e do feminismo. Steve Carell está espetacular nesse papel um tanto ridículo hoje em dia. A briga entre homens e mulheres para alcançarem seus objetivos é tratada com muita inteligência e humor. O filme segue em um crescendo de piadas e situações constrangedoras. O resultado do jogo é a favor das mulheres, claro. Ótimo pelo desempenho da ganhadora do Oscar de melhor atriz do ano passado, Emma Stone, e pelo impagável Steve Carell. Absolutamente imperdível mesmo para quem não gosta do esporte! Incrível semelhança física entre os personagens reais e atores.



domingo, 15 de outubro de 2017

LOGAN LUCKY - ROUBO EM FAMÍLIA DE STEVEN SODERBERGH




LOGAN LUCKY, ESTADOS UNIDOS, 2017, 119 MIN., COMÉDIA.
ELENCO:
KATHERINE WATERSTON – SYLVIA HARRISON
ADAM DRIVER – CLYDE LOGAN
CHANNING TATUM – JIMMY LOGAN
DANIEL GRAIG – JOE BANG
HILARY SWANK – AGENTE FBI SARAH GRAYSON

Com um ótimo script da iniciante Rebecca Blunt o diretor afastado por cinco anos do cinema, Steven Soderbergh, arrasa com essa ótima comédia, um dos melhores filmes do ano. Sete corredores de Nascar participaram do filme em papéis menores, junto com um grandioso elenco. A infeliz família Longan, depois de se considerar amaldiçoada, tenta reverter a situação financeira e moral, planejando roubar Charlotte Motor Speedway e evitar ser pega pelo FBI. Tudo seria realizado durante um campeonato da Nascar, a maior competição de stock car dos Estados Unidos, na Virginia. Apesar de ter feito outros filmes de roubo, esse se trata de assalto entre amadores e não profissionais, o que muda tudo. Os irmãos Longan tiveram vários problemas físicos, o mais jovem, depois de ter participado duas vezes da Guerra do Irã, perde o braço na volta da segunda vez, mas já perto de casa! Usa um braço mecânico e é barman em uma espelunca. Já o mais velho é separado da mulher, que se casou com um ótimo cara e que está se saindo bem na vida. O ex-casal tem uma filha pequena que é inteligente e adora a profissão do pai, mecânico. Está desempregado e manca devido à agua acumulada em um joelho. A irmã Logan é cabelereira, solteira em sem superstições. A filhota vai participar de um concurso infantil e pede digas ao pai e tia. Desesperados com o infortúnio resolvem fazer esse assalto maluco, mas precisam da ajuda de um presidiário, Joe Bang, muito competente em abrir cofres-fortes. Todavia se encontrava preso.  Tudo acontece com horário em cima da hora, pois a corrida seria em breve. E como afastar o FBI, quando uma agente se interessa demais pelo caso? São muitas questões a serem resolvidas, além da ajuda extra para a “Pequena Miss Sunshine”. Os acontecimentos são confusos, porém  muito bem resolvidos, precisando apenas da atenção do espectador, que tem de se transportar para a trama. Com isso o filme fica ainda mais divertido, pelo jogo em que se transforma, deixando sempre o mais esperto em vantagem. Quanto mais americanófilo você for, melhor entende as piadas. Spoilers não cabem aqui e o melhor mesmo é assistir a esse filme imperdível e congratular o elenco excepcional, assim como esse diretor. Só ele poderia ter escolhido tal “cast” e dado o ritmo perfeito para o longa. Parabéns pela diversão proporcionada e pelo final. Espetacular!

        

terça-feira, 10 de outubro de 2017

CHURCHILL DE JONATHAN TEPLITZKY




CHURCHILL, REINO UNIDO, 2017, 105 MIN., DOCUDRAMA
ELENCO:
BRIAN COX – CHURCHILL
MIRANDA RICHARDSON – CLEMENTINE
JOHN SIATTERY – EISENHOWER



Baseado no drama biográfico Uma Longa Viagem, o diretor Jonathan Teplitzky, enfoca 96 horas antes da Operação Overlord, conhecida como dia D, quando ocorreria o desembarque das forças aliadas na Normandia, litoral norte da França,  contra a dominação de Hitler e o nazismo. Winston Churchill (1874-1965) estadista, estrategista sagaz e ardiloso, arquitetou a aliança entre potências com diferentes ideologias, a fim de combater o nazismo, tornando-se uma das maiores personalidades do século XX.  A França encontrava-se ocupada pelos alemães desde 1940 e uma nova tentativa de acabar com a guerra era absolutamente necessária. O filme mostra a luta pessoal de Churchill, pois tendo participado da Primeira Guerra Mundial, lembrava-se muito bem de uma ação parecida, que havia resultado em uma matança de jovens soldados, quase meninos. Contra esse pressentimento é que vem sua angústia e desconforto. Sentindo-se colocado de lado pelos novos generais reluta em seguir o mesmo plano. Ocorre que muito tempo havia passado e novas tecnologias e táticas estavam à disposição dos aliados e seria um plano quase que já bem sucedido, como o foi. A situação climática seria a aliada maior de Churchill, que patinava em reconhecer as novas estratégias. O ataque seria em 6 de junho de 1944, quando a maré estaria mais baixa, permitindo que todas as forças, aéreas, terrestres e navais estivessem unidas para a grande missão, com um número enorme de soldados bem qualificados. No filme, Churchill mostra-se quase sempre irritado e incrédulo quanto ao resultado, desferindo respostas ácidas a todos em sua volta, principalmente para a paciente mulher, Clementine. Seu maior temor era a morte desnecessária de tantos jovens. O filme nos segura muito bem durante esses dias fatais, mostrando o comportamento dos generais Eisenhower e Montgomery, assim como o empenho do rei em solucionar aqueles ataques que já perduravam por tantos anos. O plano mostra-se um sucesso, conseguindo afastar os alemães por um tempo até que, em 25 de agosto, os povos alemães recuam para o outro lado do Sena, marcando o fim da operação Overlord. Filme capaz, com ótimas representações, contando um pedaço muito importante da Segunda Guerra Mundial, que não poderia ser esquecido. Imperdível para quem gosta desse gênero de filme!