sábado, 16 de março de 2013

ANNA KARENINA DE JOE WRIGHT

REINO UNIDO/2012, DRAMA DE JOE WRIGHT
ELENCO:
KEIRA KNIGHTLEY - KARENINA
JUDE LAW - ALEXEI KARENIN
AARON TAYLOR-JOHNSON - VRONSKY

Esta espetacular adaptação teatral do livro de Leon Tolstoi, dirigida pelo talentosíssimo Joe Wright (Orgulho e Preconceito,  Desejo e Reparação) chamará a atenção de todos pelo trabalho feito que é apresentado em um palco e os atores como que participantes de uma companhia teatral. A cortina se levanta e nesse espaço tudo acontecerá, toda a trama interna, descrição de uma sociedade fechada e coberta de preconceitos, que ainda adotava a servidão, deplorava o adultério e não deixava que nada escapasse a seus olhos atentos. Algumas partes externas no campo, por exemplo, foram filmadas em quatro dias na Rússia e todos atores coadjuvantes são russos que chegaram ao estúdio, depois de um anúncio nos jornais ingleses. Isso foi descrito no caderno 2 do Estado de S. Paulo de sexta-feira. Ele e Keira Knightley já fizeram os filmes acima mencionados com grande êxito. Vamos  nos deliciar com a abertura do palco e a visão dos atores, exibindo-se de modo exagerado, como em um teatro de marionetes, inspirado no teatro verdadeiro dos pais de Joe Wright.  A história se passa na Rússia do século XIX, quando um jovem oficial da nobreza, Vronsky, vai pedir em casamento a linda  Kitty, mas ao se deparar com Anna Karenina, fica deslubrado por ela, apaixonando-se completamente. Existia um outro pretendente, um jovem russo, Levin, nobre e de grande caráter, que vivia no campo e trabalhava junto a seus empregados pela necessidade de ficar perto desses desfavorecidos e tentar ajudá-los. Ele será preterido, mas nunca deixará de amá-la, assim como a paixão enlouquecedora de Anna e Vronsky. Por ele Karenina abandonará seu marido, um homem intransigente mas justo, e seu filho. Uma vez grávida de Vronsky, ela não faz nada para esconder seu romance e pedirá o divórcio do marido. Essa história já é bem conhecida, com dezenas de adaptações, mas nenhuma no estilo de opereta. As roupas foram concebidas por Jacqueline Durran e lhe rendeu um Oscar em 2013. Foram inspiradas no estilo de 1950, com adaptações de época magníficas e as jóias maravilhosas são Chanel,  executadas para esse drama. Ela abandonará o marido e ficará com o oficial, tendo tido uma menina dessa união. Muito doente, consegue o perdão do marido sob algumas condições. Mais tarde, durante o aniversário de seu filho, quando não pode vê-lo, transtornada comete suicídio na estação de trem. Todos esses elementos são mostrados no palco, com incríveis estratagemas. Até uma corrida de cavalos, quando Vronsky é obrigado a sacrificá-lo por quebrar a perna. O par romântico mostra uma ótima química e a aversão de Karenina pelo marido é paupável. O pretendente da jovem princesa terá seu casamento realizado e viverão no campo, como fora sempre seu sonho e agora de sua esposa com seu filho recém-nascido.
Esse fillme de época, assim como os Miseráveis, cantado, são imperdíveis por fazerem parte dos melhores clássicos,  pelas adaptações diferenciadas e por seus atores com grande desempenho. A edição e montagem do filme foram cruciais para sua movimentação.  O diretor optou por mostrar o romance em si, deixando de lado os outros aspectos da obra.

sábado, 9 de março de 2013

0 QUARTETO DE DUSTIN HOFFMAN

QUARTET, REINO UNIDO/2012, 98 MIN. DRAMA
ELENCO:
MAGGIE SMITH - JEAN HORTON
PAULINE COLLINS - CISSY
TOM COURTENAY - REGINALD
BILLY CONNOLLY - WILF
MICHAEL GAMBOM - CEDRIC

Tem sido tema recorrente nas telas, filmes que focalizam a terceira idade, mas este dirigido por Dustin Hoffman tem algo mais, pois se trata de uma casa de repouso para músicos profissionais.
Lá se encontram três grandes nomes da música erudita - Cissy, com início de demência senil, o admirador de mulheres, Wilf, e o majestoso Reginald em condições melhores dos três. Cedric, um ex-diretor de teatro, resolve encenar, em uma noite de gala nesse local, seu maior sucesso que era o quarteto da ópera Rigoletto. Esse espetáculo era essencial para manter as finanças do asilo e para que pudessem lá ficar por mais uns tempos. Trata-se de um linda mansão, com belos jardins à moda inglesa. O trio, sob alguma relutância, concorda e chamariam uma interna famosa que ainda alcançava incríveis agudos. Porém quer o destino que a quarta pessoa dos velhos tempos, uma lady do teatro, a aposentada e refinadíssima Jean Horton, seja obrigada a mudar-se para lá por falta absoluta de dinheiro. Ela e Reginald haviam tido um romance tórrido, mas curtíssimo em tempos idos, o que só piora a situação.Ele não queria vê-la de modo algum e ela, por ter sido a mais famosa diva de seu tempo, não gostaria de expor sua fragilidade na frente dos outros artistas, que a ovacinaram em sua chegada. Jean tem os maus hábitos e acidez de toda prima-dona. Contudo isso não é motivo bastante para que ela não se decida a participar dessa peça tão famosa, quando todos eram jovens e cantores perfeitos.  Claro que o resultado é um sucesso e a longevidade da casa de repouso está garantida.  Os outros atores de apoio são ótimos músicos profissionais. Hoje Maggie Smith, aos 78 anos, continua em grande cotação no cinema, participando de longas e filmes para televisão como da próxima série do GNT, Downtown Abbey. A estreia de Dustin Hoffman como diretor é espetacular, assim como o filme que agradará a qualquer faixa etária.

domingo, 3 de março de 2013

HITCHCOCK DE SACHA GERVASI

HITCHCOCK, EUA/2012, 98 MIN. COMÉDIA
ELENCO:
ANTHONY HOPKINS - HITCHCOCK
SCARLETT JOHANSON - JANET
HELEN MIRREN - ALMA

Estreando na direção, o roteirista Sacha Gervasi desenvolveu este filme, baseado no livro "Alfred Hitchcock e os Bastidores de Psicose", da Intrínsica, com bom humor e competência. Este mestre do cinema, até hoje conhecido pelas gerações mais jovens, teve vários problemas ao querer filmar o livro Psycho, um fato real considerado demasiadamente violento. Os embates foram tanto no campo profissional com seus agentes e a censura da época, que considerava impensável tal filme, quanto no campo financeiro, pois a Paramount não queria rodá-lo e ele necessitou hipotecar a casa para fazê-lo por conta própria. Hitch, como gostava de ser chamado, não era uma personalidade fácil - mulherengo, inseguro e cheio de amor próprio. Sua mulher, Alma, é quem o ajudava a dar as cartas e a  finalizar os roteiros, os quais avaliava muito bem. Alma cuida desse homem, que sempre acatava seus comentários. Hitch envolvia-se com suas belíssimas heroinas louras, através de fantasias e mesmo perseguindo-as quando rejeitado. Hipotecar a casa não foi fácil para o casal, principalmente para Alma que adorava nadar na piscina cinematográfica. Junto com esse trojeto, ela tenta fazer um roteiro com um querido amigo, mas tudo vai por água abaixo. A filmagem continua e a cena do assassinato no banheiro é repetida inúmeras vezes, até que se tenha a sensação exata de que a atriz estava nua e sendo realmente esfaqueada e morta. Vários transtornos ocorrem, mas vão aos poucos sendo resolvidos com a criatividade e competência das pessoas envolvidas com o projeto.
Seu marketing foi pessoal, já que o estúdio negou-se a fazê-lo, porém o tiro saiu pela culatra, pois de tão genial as filas foram enormes desde a primeira apresentação. O Mestre  divertiu-se ouvindo e orquestrando a reação do público durante a exibição de abertura. Um verdadeiro sucesso. O final é genial com ele tendo sobre os ombros um pássaro negro. Hopkins está ótimo com uma pesada maquiagem sobre o rosto e com o corpo avolumado. Alma, na pele de Helen Mirren, é espetacular e nossa jovem Scarlett não decepciona ninguém. Divertimento garantido para sabermos mais sobre esse famoso glutão, que quanto mais ansioso ficava mais comia, bebia e engordava.