GENIUS, REINO UNIDO, EUA, 2016, 117 MIN., DRAMA BIOGRÁFICO.
ELENCO:
NICOLE
KIDMAN – ALINE BERNSTEIN
DOMINIC
WEST
COLIN FIRTH
– MAX PERKINS
JUDE LAW –
THOMAS WOLFE
Baseado em um romance, Michael
Grandage faz um bom filme sobre Max Perkins, editor, nos idos de 1929 quando os
Estados Unidos se encontravam em plena depressão. O filme é muito interessante,
pois aborda seu método de trabalho com gênios da literatura, mostrando o jovem
Thomas Wolfe e de carona Ernest Hemingway e Fitzgerald, na época em que sua
mulher estava com problemas mentais. Com uma interpretação excelente Colin Firth,
como Max, é um dos maiores editores americanos da época, respeitado pela
intelectualidade, honesto, sóbrio e aparentemente muito frio. Casado com uma
mulher que adora teatro e quer escrever sua própria peça, tem quatro filhas
adoráveis para as quais não pode dar a atenção que mereciam. Ao ler os
originais dos escritores, faz recolocações, corta palavras e muitas vezes
rearranja o texto de maneira esplendorosa. Os autores têm a maior confiança em
suas decisões. Vive mais para seu trabalho do que para a família. Um belo dia
recebe um calhamaço inacreditavelmente grande, que havia sido recusado por outros
editores, mas resolve verificar do que se tratava. Era um rascunho do ainda
jovem e promissor Thomas Wolfe. Thomas era particularmente detalhista, sensível
ao máximo e dono de um vocabulário e imaginação invejáveis. Lendo sem parar até
a página final, chama o rapaz à sua empresa e de pronto lhe oferece 500 dólares
adiantado. Thomas não acredita em sua sorte e passa a falar sem parar. Fora
ajudado por Aline (Nicole Kidman), que se separara de seu marido banqueiro a
fim de ajudar aquele homem por quem se apaixonara. Nicole também gosta de
teatro e está dirigindo uma peça, mas Wolfe a ignora, assim como a intelectual.
É o tipo de pessoa que tem um grande ego e crê que só o que produz merece sua
atenção. O filme relata exatamente o relacionamento de Thomas com seus mais
próximos, a família de Perkins, o qual vai lapidando sua obra para torná-la
viável de ser lida. Serão muitas as exaltações de ambos os lados, o ciúme de
sua mulher e o desencanto de sua mecenas. O livro, com o título Look Homeward, Angel é dedicado a Aline
Bernstein, que sacrificara sua vida por ele, tornando-se um sucesso imediato. É
reconhecido em todos os lugares por onde anda e exultante por ser prestigiado junto ao público. Achava-se o
próprio Caliban da peça A Tempestade de Shakespeare. O grande James Joyce para
ele não era grande coisa. Seu segundo livro é escrito rapidamente, Of Time and
The River, e igualmente outro estrondo de vendas. Ocorre que nosso jovem
escritor abandona sua namorada, seu editor e vai para Paris, a fim de não saber
como seria o recebimento da crítica sobre o novo livro. Ele literalmente usa as
pessoas para ser bem sucedido. No terço final do filme vemos um Jude Law
envaidecido com seu sucesso andando por uma praia deserta, quando cai na areia.
O diagnóstico será tão intrigante quanto seus escritos, “uma miríade de tumores
inoperáveis.” Morre jovem e seu corpo é levado por sua velha mãe. Escreveu
vários livros. Imperdível!