LABYRINTH DES SCHWEIGENS, 2014, ALEMANHA, 124 MIN., DRAMA
ELENCO:
ALEXANDER
FEHLING – JOHANN RADMANN
GERT VOSS –
PROMOTOR- CHEFE
JOHANNES KRISCH – SIMON KIRSCH
Em 1958, na Alemanha entorpecida
pelo pós-guerra, um jovem promotor (ótimo Alexander Fehling) de Frankfurt
encontra-se entediado com sua posição, pois tratava de infrações de trânsito,
quando surge um jornalista que descobrira que um oficial veterano de Auschwitz
estava dando aulas em uma escola primária da região. Os outros promotores mais
experientes saem de perto, pois sabiam que nada aconteceria, pois eram todos ex-soldados
a mando de Hitler e estavam perdoados, a não ser em casos de assassinato. Auschwitz
para essa nova geração nascida nos anos 30 era somente um campo de prisioneiros
de guerra, nada mais do que isso. Vários jovens são interrogados, mas nunca
haviam ouvido esse nome, não sabiam o
que significava, inclusive Radmann, cujo pai lutara na guerra e estava
desaparecido há vários anos. Obstinado, aceita
o caso e é estimulado pelo promotor-chefe (excelente Gert Voss) a começar a
resolver esse verdadeiro labirinto, no qual poderia se perder. Começa examinando o caso de Simon, amigo do
jornalista, que reluta muito em dizer o que se passara naquele campo. Finalmente
sabe que ofereceu as filhas gêmeas a Mengele, o médico do lugar, pois estariam
a salvo. Mal sabia que ele fazia experiências atrozes com gêmeos, abrindo-os
vivos e examinando seus cérebros. O início do processo é bastante demorado,
além de sozinho os judeus sobreviventes tinham medo de falar sobre o assunto.
Aos poucos o caso vai tomando força, com a ajuda da embaixada americana, que
colocara seu imenso arquivo de guerra ao dispor do promotor. Seria um trabalho
hercúleo pelos milhares de processos. Conseguindo ajuda, através do
promotor-chefe, de mais um funcionário e o pessoal da embaixada vai percorrendo
o terrível labirinto de mortes e flagelos que deixam a todos enojados. Com uma
linda namorada vai levando sua vida com certas dificuldades, até que se tornam
tão atrozes que ele começa a beber para poder continuar em frente. Isso o leva
a uma degradação física e psicológica muito importante, fazendo com que as
pessoas se afastem dele, com exceção do jornalista. Ao descobrir, através da
fútil mãe, que seu grande ídolo, o pai, também era soldado da SS entra em
profunda depressão, passando a desprezar todo e qualquer alemão mais velho que
tivesse vivo durante aqueles anos. Depois
de ser convidado pelo amigo jornalista a visitar o campo de Auschwitz, na
Polônia, percebe que, além do campo gramado e algumas barracas, o verdadeiro
significado do lugar era as milhares de vidas perdidas e seus sofrimentos. Recompondo-se,
depois de anos de trabalho profícuo e árduo, começa, em 1963, o julgamento dos acusados
considerado o maior da Alemanha em toda a existência da nação. Uma grande parte
foi punida com penas pesadas, pois não demonstraram o menor arrependimento pelo
que tinham feito. Antes dos créditos finais vemos o destino desses promotores e
de alguns acusados como Mengele, que fugira para Argentina depois Brasil,
morrendo aqui e Eichmann em seu julgamento final, encontrado também na
Argentina. Ótimo trabalho que representará a Alemanha como melhor filme
estrangeiro durante o Oscar de 2016. Só poderia ter sido dirigido por esse
italiano brilhante, naturalizado alemão, que conduz o longa com maestria e
polidez. Imperdível! Uma peça importantíssima para a história da Alemanha. Atenção, a primeira foto é sempre do diretor, as duas
seguintes são de Eichmann e Mengele.