VIOLETA SE FUE A LOS CIELOS, CHILE, ARGENTINA, BRASIL, 2011,
110 min.
ELENCO: FRANCISCA GAVILAN – VIOLETA
THOMAS DURAND
CHRISTIAN QUEVEDO
Este excelente drama biográfico
foi vencedor do Festival Internacional de Sundance deste ano e é baseado no
livro homônimo do filho da cantora Violeta Parra, Angel Parra. Nascida na Cordilheira dos Andes, Chile, em 1917 viveu
apenas cinquenta anos. Wood nos conta a turbulenta e inspiradora história de
sua vida a começar pelos seus primeiros anos de vida em um paupérrimo vilarejo.
O zoom de um olho sem vida começará seu trabalho e esta mesma cena o terminará.
Esse filme magnífico, com um roteiro não linear, só acrescentará à divulgação
de vida e obra de uma das maiores artistas latino-americana do século passado. Violeta
era cantora, poetisa, pintora e tecelã. Filha de latino e índia ficou muito
cedo órfã de pai e mãe, tendo de cuidar dos irmãos menores e de si própria. A
intensidade de sua ligação com o campo e seu povo foi a maior inspiradora de
sua obra. Livre e contundente faz o possível para resgatar a canção folclórica
de seu país, nas raízes mais remotas. Comunista e desafiadora tomará os mais
diversos caminhos a fim de sustentar sua família e engrandecer seus sonhos. Sem
convencionalismos partiu para a Europa a fim de divulgar seu trabalho, viveu
amores impossíveis e se expôs para se engrandecer internamente, tendo suas
pinturas e bordados expostos no Louvre de Paris. Com seus vários filhos, morará
em uma grande tenda, no planalto dos Andes, onde receberá seus admiradores.
Wood se valerá das importantes canções como Volver a los 17, El Gavilan e Em
los Jardines Humanos para roteirizar seu filme, provocando fortes emoções na
plateia. Uma mulher tão forte e ardente, interpretada pela ótima Francisca
Gavilán, não escapa do suicídio aos 50 anos, quando percebe que sua força
interior estava deixando seu corpo cansado de tanta emoção. Obra que não pode
deixar de ser compartilhada por todos os fãs de cinema e de música folclórica
andina.