TONI EDERMANN, ALEMANHA, ÁUSTRIA, 2017, 182 MIN.
TRAGICOMÉDIA.
ELENCO:
PETER
SIMONISCHEK – WINFRIED CONRADI E TONI ERDMANN
SANDRA
HULLER – INES CONRADI
MICHAEL
WITTENBORN –
A diretora Maren Ade tinha a
intenção de filmar uma história entre o relacionamento pai e filha. Seu foco
não era uma comédia, mas um drama. Entretanto, durante o processo da filmagem
perceberam que se tratava de uma comédia e ela topou o desafio, que só poderia
ser executado por uma mulher. Winfried é um senhor alemão bonachão e muito bem
humorado, além de feliz com sua vida de professor de música para adolescentes e
voluntário em um asilo de idosos. É um piadista nato, gosta de contar mentiras
e desempenhar vários papéis em sua vida privada. Bom filho visita a mãe
regularmente, mas a família não o aceita como é. Precisava ser mais germânico! Sua
filha é agora uma importante executiva. Seu oposto, ambiciosa, focada no que faz,
muito moderna e sem escrúpulos de puxar o tapete dos colegas ou demitir pessoas
para obter melhores resultados à sua firma. Mora longe do pai, na capital do
Romênia, país de grandes contrates sociais gerados pelo regime comunista. Ela
tem grande admiração pelo CEO e seu chefe, sendo capaz de qualquer coisa,
mesmo, para satisfazê-los e galgar postos mais altos. Ines mora em Bucareste em um apartamento
pequeno, mas confortável. Leva uma vida rígida, sem grandes emoções, além das
profissionais e se leva demasiadamente a sério. Seu pai, após a morte de se
amado cachorro, resolve visitá-la, sem aviso. Chega de supetão causando vários constrangimentos
em sua vida profissional, mas de certa forma agrada o temível CEO e sua mulher.
Depois disso, resolve partir para alívio dela. Entretanto, assume o alter ego
de Toni Erdmann, muito pior que ele, pois se passa por um embaixador alemão e
especialista em conselhos de vida, usando uma peruca preta e uma dentadura com
grandes dentes, horríveis. É o surreal que entra nessa divertida tragicomédia,
que apesar de longa, não cansa, ela flui. Seu objetivo é humanizar sua filha,
em situação tão diferente de sua infância. Ele lhe parece um perdedor e Ines tem horror a esse tipo de pessoa. O filme, na realidade, é uma crítica ao
neoliberalismo e à globalização. Ines sofrerá muito, mas talvez encontre,
ainda, uma criança dentro de si mesma. Ótimo, indicado como melhor filme
estrangeiro ao Oscar de 2017.