sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

LIZZIE DE CRAIG MCNEILL





LIZZIE, ESTADOS UNIDOS, 2018, 105 MIN., SUSPENSE.

ELENCO:
CHLOË SEVIGNY – LIZZIE BORDEN
KRISTEN STEWART – BRIDGET SULLIVAN
JAMEY SHERIDAN – ANDREW BORDEN

Um drama verdadeiro, ocorrido em 1892, retrata a vida de Lizzie Borden, americana de Fall River, Massachusetts. Sua vida foi uma sucessão de desentendimentos com o pai que a oprimia como todos da época vitoriana. Esse é um lado interessante, pois vemos as grandes dificuldades que todas as mulheres da época passavam. Perdera a mãe muito pequena e seu pai, Andrew, casa-se novamente. A madrasta também não era amigável, fazendo da vida dela e sua irmã um desastre. Lizzie não era uma mulher qualquer, solteira aos 32 anos levava uma vida independente, contrariando a sociedade de então, apesar da saúde muito frágil. O filme começa com uma jovem dando um depoimento e volta seis meses no tempo. Trata-se de uma mulher irlandesa que servia há pouco tempo como criada de Lizzie e da casa. Lizzie  aproxima-se de Bridget Sullivan e uma amizade nasce entre elas, a ponto da jovem milionária voltar a ensinar sua amiga a ler e escrever. O pai fica cada vez mais rico, apesar de usurário, com a compra de fazendas ao redor de sua propriedade, de pequenos colonos que não tinham como quitar suas dívidas.  Cartas ameaçadoras surgem diariamente contra ele, ameaçando-o, sempre com a mesma caligrafia. A doença de Lizze era sofrer convulsões, que à época não conseguiam ser tratadas e entendidas. Ela se tornara uma mulher frágil e com possibilidades de desmaiar a qualquer instante.  Bridget era seu porto seguro e vice-versa, pois depois de alfabetizada trocavam bilhetes e cartas. Seu refúgio era um celeiro no fundo da  casa onde podia refletir e ficar só. Um dia surge um tio sem caráter e ela ouve que ele seria o responsável pela fortuna do pai, caso viesse a morrer. Isso a deixa transtornada e começa o thriller. Teria de resolver essa questão de qualquer modo, pois se o pai morresse antes da mulher a herança iria para a família da madrasta. Indignada planeja uma saída muito peculiar para essa situação, com a ajuda de Bridget, que era molestada por ele. A saída é sangrenta e violenta, mas tudo sai exatamente como planejado, menos seu imenso carinho por Bridget, que depois disso desaparece de sua vida. Após dois assassinatos ocorridos nessa casa, Lizzie é considerada a culpada mais provável e é presa, mas por sua retidão e postura inabalável é considerada inocente e vive até os 66 anos, sem se casar, por problemas de saúde. A jovem irlandesa tem uma última conversa com ela na prisão e desaparece, vindo a morrer muitos anos depois, aos oitenta e tantos anos. A atuação da magnífica Chloë Sevigny é impecável, apesar de alguns críticos a considerarem um pouco fria. Kristen Stewart não fica atrás. Bom filme de época e no terço final um ótimo suspense. Recomendo o programa! Veja biografia, pois há várias versões do caso.



terça-feira, 1 de janeiro de 2019

A PÉ ELE NÃO VAI LONGE DE GUS VAN SANT






DON’T WORRY, HE WON´T GET FAR ON FOOT, EUA, 2018, 114 MIN., DRAMA.

ELENCO:
JOAQUIN PHOENIX – JOHN CALLAHAN
JONAH HILL – DONNY
ROONEY MARA - ANNU

Esse bom filme é dirigido pelo badalado Gus Van Sant e se baseia na vida de John Callahan, um dos maiores e mais ácidos cartunistas do mundo, morto em 2010. Alcoólatra, sofre um gravíssimo acidente de carro e a partir de então, tetraplégico, consegue vencer suas limitações tornando-se uma celebridade em sua área. O filme só não é ótimo pela falta de carisma desse competente ator, Joaquin Phoenix, para o papel e pela repetição desnecessária de algumas cenas e falas. Callahan foi um bebê abandonado pela mãe irlandesa, em 1951, que parece nunca se recuperar desse golpe, mesmo na vida adulta. Passa alguns meses em um asilo de freiras para crianças abandonadas até ser adotado por uma família que não o satisfaz. Aos treze anos começa a beber e isso o leva a uma vida degenerada e infeliz, apesar de ter sido um bom e talentoso aluno, principalmente em desenho. O longa começa com a bebedeira extrema que o levaria quase à morte em um acidente de carro, Portland, Oregon. Tetraplégico passa um bom tempo em recuperação no hospital, tendo a oportunidade de aí conhecer sua namorada, Annu. A recuperação é muito dolorosa e lenta assim como sua vida de viciado em bebidas, sendo forçado a frequentar o AAA. Lá, logicamente, seu líder é um ex-viciado, Donny, que faz o possível para se manter sóbrio. O grupo ajuda bastante, todavia ele não coopera mesmo com a presença da linda Annu. Com muita dificuldade física consegue esboçar traços de cartoon, desenvolvendo tal habilidade com eles, que passa a ser o mais famoso cartunista de sua época, sendo politicamente incorreto e cruel com as pessoas defeituosas como ele. Seu maior problema era a auto piedade pela condição de órfão. Procura a vida toda por sua mãe sem sucesso. Aconselhado pelo brilhante Donny, vai seguindo lentamente o caminho da resignação. Essa será a maior batalha ganha em sua vida. A história é sensível e pode apaixonar vários espectadores, mas o tom de auto ajuda estará sempre presente.  A segunda imagem é do verdadeiro John.