sexta-feira, 26 de outubro de 2018

O PRIMEIRO HOMEM DE DAMIEN CHAZELLE





FIRST MAN, ESTADOS UNIDOS, 2018, 142 MIN., DRAMA.


ELENCO:
RYAN GOSLIN – NEIL ARMSTRONG
CLAIRE FOY – JANET SHEARON - ESPOSA
JASON CLARKE – JIM LOVELL

James R. Hansen, amigo íntimo de Neil Armstrong, escreveu sua biografia como astronauta americano. Pessoa bastante introspectiva nunca quis dar entrevistas depois de sua missão tão bem sucedida, sendo o primeiro homem a pisar na Lua. O diretor Damien Chazelle, vencedor de melhor diretor no Oscar de 2017 com La La Land, toma em suas mãos a tarefa de contar esse acontecimento fantástico ocorrido em 1969, visto pelas televisões do mundo inteiro. Trata-se de um esforço coletivo e individual. Nessa época os russos estavam na frente da Corrida Espacial, desafiando os políticos e cientistas americanos. Começamos antes disso, quando Neil, engenheiro, e sua mulher Janet estão com sua filhinha de dois anos sofrendo com um câncer no cérebro. Ele imagina todas as situações para poder salvá-la, mas a criança acaba não resistindo. Atormentado pela perda e não sendo um homem de palavras inscreve-se no Projeto Gemini da NASA para conquista da Lua. Mudam-se para Huston, ao mesmo tempo que outras famílias de astronautas. Estão com dois meninos pequenos e estabelecidos na cidade. O casamento é difícil pela introspecção de  Neil e o desejo de Janet de seguir vivendo, apesar dos riscos que seu marido corre. Ryan Goslyn não poderia estar melhor do que nesse papel. O ator britânico não exagera em suas representações, mas deixa claro o que sente e pensa, pois o filme é altamente pessoal. O público coloca-se em seu lugar durante suas tentativas malfadadas de chegar à Lua. Emociona por essas questões tanto de Neil quanto de sua família que fica em segundo plano. Em 1965, é informado que será o comandante da Gemini 8, com David Scott. Todavia ocorrem problemas graves e a missão é abortada. Não só essa como várias outras, causando mortes e gastos imensos com esse projeto. Apollo 11 é outra oportunidade que ele tem de ser convocado, e se bem sucedido seria o primeiro homem a pisar em solo lunar. Antes de embarcar, Janet exige que ele conte aos filhos os riscos que corre e que talvez nunca mais volte a vê-los. O projeto é bem sucedido, mas a nave atinge um ponto extremamente rochoso e perigoso. Neil faz outra aproximação manual que possibilita o desembarque. Depois de pisar na Lua, tira algo de seu bolso e joga o bracelete da amada filha na cratera Little West. Na volta os astronautas são obrigados a ficar em quarentena, onde o casal compartilha de momentos de reflexão. Em entrevista o diretor disse que jamais havia cogitado em fazer tal filme, mas foi convencido e muito bem sucedido com vários prêmios e uma crítica muito favorável. Emocionante e imperdível deixa o gosto de quero mais!!!

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

A VIDA EM FAMÍLIA DE EDOARDO WINSPEARE





LA VITA IN COMUNE, ITÁLIA, 2017, 110 MIN. COMÉDIA.

ELENCO:
GUSTAVO CAPUTO – FILIPPO - PREFEITO
ANTONIO CARLUCCIO – ANGIOLINO
CLAUDIO GIANCRECO – PATI

O diretor, nascido na Áustria em 1965, faz uma comédia leve e bem humorada sobre a fictícia cidade de Disparata, no sul da Itália. O filme começa com um malogrado assalto a um posto de gasolina. Um dos ladrões consegue fugir, mas o outro é ameaçado por um cachorro, que acaba matando, mas não sai do lugar pelo arrependimento do que havia feito. Filippo, prefeito da cidade é um homem culto e lido sem pretensões políticas, não se engajando com os vereadores corruptos e oportunistas. Faz trabalho voluntário para os presos, lendo literatura de qualidade. Encontrando Pati, o ladrão de galinhas arrependido, vê nele um interessado, ou o único, em suas aulas. Começa uma amizade entre eles e aos pouco Pati consegue escrever versos que o satisfazem mais do que qualquer violência, como queria seu irmão, Angiolino, uma figura engraçada que só pensa em ser chefe da máfia e ganhar dinheiro fácil, mas não consegue ser durão. A poesia se sobrepõe à violência, mesmo com relação ao irmão, grande admirador do Papa Francisco. O filme possui explosões emocionais e exageros típicos daquela região italiana, com o sotaque local. Edoardo Winspeare apresenta a redenção através da arte. Durante o filme cenas realmente hilárias acontecem. Fácil de ver e gostoso de sentir essa sensação de leveza nos dias graves de hoje. Recomendado.

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

UM PEQUENO FAVOR DE PAUL FEIG




A SIMPLE FAVOR, EUA, 2018, 118 MIN., SUSPENSE-COMÉDIA.

ELENCO:
ANNA KENDRICK – STEPHANIE SMOTHERS
BLAKE LIVELY – EMILY NELSON

Paul Feig, famoso e versátil diretor de filmes e séries, apresenta uma trama suspense-comédia, baseado no best-seller de Darcey Bell, traçando o destino de duas mulheres muito diferentes que se conhecem por terem filhos na mesma escola. A jovem “inocente” Stephanie trabalha como vlogueira e cuida diligentemente de seu filho pequeno, sendo conhecida no subúrbio onde mora, por suas receitas e dicas que dá ao público feminino em especial. Emily é muito diferente de todos.  Executiva de moda usa roupas de grife, é linda, alta e tem uma casa espetacular, casada com um escritor conhecido de um livro só. O filme começa com os garotos querendo brincar juntos na casa de Emily e Stephanie atrapalhada por não ter a mãe do garoto por perto. Logo ela surge, brilhante, bem vestida, com sapatos altíssimos de sola vermelha e longos cabelos loiros. O destino e comportamento dessas duas personagens, junto com o marido de Emily, serão muito peculiares. Tudo parece ser uma coisa, entretanto, no decorrer dos acontecimentos, as coisas vão tomando um rumo bastante inesperado. Emily estava sem babá e prontamente Stephanie oferece-se para pegar o menino na escola e cuidar dele nas viagens de negócio da mãe. As coisas se desenrolam na mansão de Emily, com cenas bem divertidas das duas e os drinques especiais da anfitriã. Eventualmente o marido é apresentado à amiga, que agora já são melhores amigas e confidências picantes são trocadas. Emily ajuda a prestativa mãe a ser mais descontraída, pensar mais nela mesma e se descobrir como mulher. Ficamos sabendo que a vlogueira era viúva e perdera o marido em um acidente de carro, junto com o meio-irmão. Em uma de suas viagens Emily desaparece para desespero da amiga e dos pequenos. Quatro dias se passam e resolvem informar a polícia, tudo isso veiculado pelo computador, pedindo ajuda da vizinhança que achava Stephanie ingênua e estar fazendo o papel de babá sem ganhar um tostão. Na verdade era uma verdadeira caçada. O marido, agora um simples professor, parece estar acostumado com esses fatos e não fica alarmado. Bisbilhotando aqui e ali, com ajuda da polícia, acabam achando seu corpo em um lago. A tatuagem e o anel de casamento são as provas que faltavam. Agora começa verdadeiramente esse incrível thriller que não deixará você parado um minuto e com risinhos nervosos pelo o que está para acontecer, realmente temos cenas engraçadas, outras inimagináveis. O desenrolar é perturbador e inesperado. Há incesto, traições e os personagens são da espécie mais adversa possível, fato que o torna ainda mais interessante.  Um passatempo e tanto com muita imaginação. Ótimos atores, fotografia, roteiro e direção.