sábado, 30 de janeiro de 2016

REZA A LENDA DE HOMERO OLIVETTO




REZA A LENDA, BRASIL, 2015, 80 MIN., DRAMA
ELENCO:
CAUÃ REYMOND – ARA
SOPHIE CHARLOTTE – SEVERINA
LUÍSA ARRAES – TURISTA LAURA
HUMBERTO MARTINS – TENÓRIO
JULIO ANDRADE – BRUXO
Dirigido por Homero Olivetto esse é o longa de estreia do diretor. Trata-se de um filme de belas imagens aéreas do serrado, onde ocorre uma trama sangrenta. Ara é o chefe de uma gangue de motoqueiros justiceiros que desejam que chova no serão, há anos em uma penosa seca. A lenda do título fala de uma santa que com sua presença faria chover no serrado, mas ela está em posse de Tenório, um homem violentíssimo que mata pessoas com a facilidade de matar moscas, decepando a cabeça das vítimas e colocando-as em balões. É véspera de São João e ele cobra para que os fiéis rezem para a santa. Uma fila enorme se estabelece, ameaçada por seus capangas armados até os dentes, para que ninguém deixe de pagar com dinheiro, pequenas joias ou animais. A gangue de Ara segue para lá e consegue pegar a santa e levá-la para um lugar seguro. Nesse ínterim há um acidente com 2 garotas sulistas, uma morre e a outra, Luísa Arraes como Laura, é presa pelos jovens para servir de mercadoria de troca com o bruxo, que sabe de tudo. As cenas, além da beleza do serrado, são fortes. Obviamente rola uma tensão por parte de Severina (Sophie Charlotte) com relação à Laura, branca e de cabelos longos. A trama segue com estética própria e relatando a violência absurda do sertão, devido à ignorância do povo e os maus tratos que sofrem pelo clima e pela condição política do país. O filme foi baseado nas histórias contadas pelo avô do diretor, que era nordestino.



quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

STEVE JOBS DE BANNY BOYLE




STEVE JOBS, EUA, 2015, 122 MIN., DRAMA
ELENCO:
MICHAEL FASSBENDER – STEVE JOBS
KATE WINSLET – EXECUTIVA DE MARKETING
SETH ROGEN – STEVE WOZNIAK
JEFF DANIELS – JOHN SCULLEY – EXECUTIVO

Nessa narração explosiva de apenas 3 capítulos de sua vida profissional, o diretor e o famoso roteirista Aaron Sorkin mostram o caráter genial, passional, visionário e explosivo do mito da informática Steve Jobs, criador da Apple. Uma frase define o filme, Jobs diz: Quando vi uma orquestra tocando... fiquei maravilhado e o regente informou que para aquele espetáculo acontecer cada membro da orquestra regia com maestria seu próprio instrumento e ele regia a orquestra. Está aí, Steve regia sua vida profissional e pessoal como queria e com criatividade e segurança. Logo depois de nascer foi adotado por um casal de advogados e depois devolvido para finalmente ser adotado pela família Jobs. Isso o marcaria para o resto da vida. Os pais fizeram com que estudasse, mas em dado momento parou com tudo e se enfiou na garagem da casa com um amigo, Steve Wozniak, e aí começam uma carreira de muito sucesso, mas Wozniak nunca receberia de Jobs a vital importância que teve na parceria. Cada ato corresponde a um momento de sua vida profissional. Em 1984 lança o Macintosh, em 1989 o episódio do NeXt e em 1998 o episódio do iMac. Era uma pessoa tão difícil que o executivo John Sculley, seu amigo de sempre, o demitiu da própria empresa. Outro episódio marcante é o não reconhecimento de sua filha Lisa, que com 6 anos vai ao escritório do pai com a mãe e enquanto discutem ela desenha, no computador, uma figura abstrata. A partir daí não tem mais dúvidas e o caráter de ambos é muito parecido. Apesar de seu sucesso não teve uma vida particular estável ou muito feliz, pois morreu aos 56 anos, em 2011, vítima de um câncer, deixando um valiosíssimo legado para o mundo da informática. Filme para quem gosta do assunto e brilhantemente estrelado por Fassbender e Kate Winslet. Ambos nominados para o Oscar de melhor ator principal e melhor atriz coadjuvante. Imperdível.

domingo, 24 de janeiro de 2016

0S OITO ODIADOS DE QUENTIN TARANTINO




THE HATEFUL EIGHT, EUA, 2015
ELENCO:
SAMUEL JACKSON – MAJOR MARQUIS
KURT RUSSEL – JOHN RUTH
JENNIFER JASON - DAISY
WALTON GOGIS– XERIFE CHRIS
TIM ROTH – OSWALD MOBRAY
MICHAEL MADSEN – JOE GAGE
BRUCE DERN – GERNRAL SANDY
DEMIÁN BICHIR – BOB
Se você gosta de filmes do faroeste americano e de uma história muito bem contada não deixe de ver esse filme de Tarantino. Depois da Guerra Civil americana, com o preconceito a flor da pele, teremos reunidos brancos, negros e latinos. Havia pelotões de negros que lutaram durante a Guerra Civil do lado do norte, com lealdade e inteligência, mas não eram bem quistos e esse é um dos personagens importantes dessa história. Começa durante uma fortíssima nevasca no meio do nada e uma carruagem aparece, quando Major Marquis pede uma carona. Ele tinha três corpos de procurados vivos ou mortos e queria se dirigir a primeira cidadezinha do Wyoming para receber sua recompensa. Depois de muita conversa com o passageiro que já estava lá, junto à maior assassina do lugar, também caçador de cabeças, consegue subir, pois mostrara uma carta pessoal do então presidente Lincoln. Seriam pen friends e isso impressiona muito o Enforcador, que gostava de levar a vítima viva e vê-la morrer aos pouco. Aí já temos o perfil do que são os oito odiados. Logo depois, aparece um jovem, filho de um oficial do lado oposto, dizendo que seria o futuro prefeito da cidade e argumenta que se eles quisessem receber o dinheiro, seria ele a dá-lo. A contra gosto cedem e lá vai a carruagem com três bandidos mortos no topo, o cocheiro, aparentemente honesto, e três temidos e mais o futuro prefeito que pode estar mentindo. No meio do caminho param em uma hospedagem muito conhecida dos dois primeiros e veem que outro coche já havia chegado, os cavalos estavam no estábulo. Os donos não estavam e nem a irmã, pois haviam viajado, coisa nada crível. Entrando lá estão mais homens, o “Hanger” oficial, um vaqueiro horrível, mais o homem que havia pegado os cavalos para guardar com o major negro, um mexicano nada confiável e um velho general dos nortistas. Eles estranham isso, mas tomam um café quente para esquentar e observam bem o local. Isso feito pelos caçadores de recompensa que adoravam os donos da estalagem e a conheciam como a palma da mão. A mulher assassina, ótima Jennifer Jason indicada ao Oscar de Melhor Atriz, é a criatura mais execrável do mundo. Suja, boca imunda, sem dois dentes da frente e flertando com o major Marquis, que tinha colocado abaixo de zero pela cor da pele. Levando cotoveladas do caçador de recompensa está com os olhos pretos, o nariz sangrando, mais lambe tudo isso com muito gosto. O ambiente não poderia ser mais tenso e as histórias contadas as mais incríveis, pois o major havia lutado lado a lado com o general preconceituoso e conhecia seu filho que estava procurando. Há uma interrupção para que saibamos como aquelas personagens novas haviam entrado na casa e quem eram. Aí começa o verdadeiro Tarantino. Nada é o que parecia ser e os diálogos e conclusões são fantásticos, você nem se meche na cadeira. O filme tem quase três horas, mas não de aborrecimento e sim de puro prazer. Imperdível. Atenção, muitos críticos, principalmente do Estadão, acham fraco e que é cópia de dois filmes que o diretor já fez. Eu não achei, adorei.



JOY: O NOME DO SUCESSO DE DAVID O. RUSSEL




JOY, EUA, 2015, 90 MIN.
ELENCO:
JENIFFER LAURENCE – JOY MANGANO
BRADLEY COOPER – NEIL WALKER
ROBERT DE NIRO – PAI
EDGAR RAMÍREZ – EX-MARIDO
ISABELLA ROSSELLINI – NAMORADA DO PAI
Baseado na vida real da magnata americana, Joy Mangano, o diretor faz uma mistura de comédia com drama. O filme é narrado na terceira pessoa, com a voz da avó, sua grande estimuladora. Apesar de vir de uma família para lá de disfuncional a menina é muito inteligente e criativa, gostava de inventar coisas e histórias. No princípio temos, em tom de comédia, como eles se relacionavam, o pai era divorciado da mãe, mas morava na casa da filha quando adulta, toda vez que levava um fora das inúmeras namoradas. A mãe o detestava e vivia deprimida em seu quarto, deitada na cama, assistindo televisão o dia todo. A avó era a grande responsável pelo desenvolvimento da neta e sua maior estimuladora. Acreditava que seria a chefe da família e que um dia se daria muito bem na vida. Seu pai tinha uma oficina faz tudo e ela deixou de ir para a universidade, a fim de bancar a contabilidade da pequena empresa. Uma meia-irmã não a suportava por toda sua inteligência e seu ex-marido, cantor venezuelano, tornara-se seu melhor amigo e morava no porão da casa, junto com o pai dela, contudo eles se odiavam. Tudo muito divertido. Depois começa o drama, sem dinheiro, com dois filhos e a família nas costas, mora em uma casa caindo aos pedaços. Consegue fazer um esfregão de chão, que não precisava ter contato com as mãos e sai para registrar a marca patente da invenção e procurar patrocínio, que acaba vindo da atual namorada do pai, a ótima Isabella Rosselini. Depois de muita luta, ver seu invento ir por água a baixo, ter de hipotecar a casa pela segunda vez, se enche de coragem e vai enfrentar, sozinha, seu inimigo. Mas pode contar sempre com a ajuda do ex-marido, agora que sua avó já estava falecida. Tudo acaba bem, lógico, pois é a história do sonho americano em que cada um, com seu próprio esforço, desde que seja pragmático e inteligente, pode ser alguém e almejar um futuro esplêndido. O filme é bastante irregular e um tanto aflitivo. O desempenho de Jeniffer Lawrence é muito bom, mas não o melhor dessa safra de filmes indicados ao Oscar. Ela foi nominada para o premio de melhor atriz. Filme bom e mais para o público americano.




terça-feira, 19 de janeiro de 2016

A GRANDE APOSTA DE ADAM MCKAY




THE BIG SHORT, EUA, 2015, 130 MIN.
ELENCO:
CHRISTIAN BALE – MICHAEL BURRY
STEVE CARELL
BRAD PITT
RYAN GOSLING

Concorrendo ao Oscar de melhor filme, direção, ator coadjuvante (Bale) roteiro adaptado e montagem o longa, baseado no livro A Jogada do Século de Michael Lewis, foca uns anos antes do desastre financeiro que devastou Wall Street em 2007. Um jovem investidor arredio e formado em medicina percebe que as hipotecas das casas, vendidas a rodo, não estavam sendo quitadas por falta de emprego e problemas no país. Ao analisar bem a situação ele resolve ir aos bancos oferecer um novo tipo de investimento, mas jogando contra o Estado. Comercializaria essas hipotecas, que chegariam, segundo ele, a um número inacreditável e se tornaria bilionário. Mais três investidores pensam como ele e assim esperam alguns anos, até 2007, quando a bolha imobiliária atingiu o país. O filme é comédia e deve ser muito divertido para os interessados e conhecedores do assunto, pois está sendo o maior sucesso por lá. Mas, para quem não domina o assunto, torna-se um filme hermético, pois os diálogos são muito rápidos e com um economês que não se entende muito bem, apesar dos esforços que o diretor faz, colocando atores que olham para a câmera e explicam o que aquilo significa. Fica minha sugestão, só vá se realmente entender do assunto, não é questão de cultura, mas de familiaridade com o assunto.