THE POST, EUA, 2017, 115 MIN., SUSPENSE
POLÍTICO
ELENCO:
MERYL STREEP – KATHERINE GRAHAM
(DONA DO JORNAL)
TOM HANKS – BEN BRADLEE (EDITOR DO JORNAL)
Steven Spielberg escolhe um
assunto do passado, 1971, sobre a história do Pentagon Papers, documentos
ultrassecretos do governo norte-americano sobre a Guerra do Vietnã. O filme
começa durante essa guerra, quando um infiltrado analista militar, Daniel
Ellsberg, vai testemunhar sobre o que ocorria no local. Caos total, vitimando
um número espetacular de jovens americanos que estavam sendo massacrados nesses
ataques vietcongues. Durante o trajeto de volta, Dan conversa com o Secretário
da Defesa, esclarecendo a realidade. Contudo ao chegarem ele relata à imprensa
que tudo corria bem e que os Estados Unidos estavam em vantagem, sem dúvida.
Exasperado com essa mentira, Daniel, anos depois resolve pegar esses documentos,
xerocá-los e vazá-los para a imprensa, começando com The New York Times, que
será levado ao tribunal por relatar notícias falsas (fake news). O filme é
sobre a VERDADE, LIBERDADE DE IMPRENSA e FEMINISMO. Katherine Graham herdara o
jornal do pai e após o suicídio do marido foi para a direção do mesmo. Os
homens do jornal simplesmente a ignoravam, como se fosse alguém invisível.
Contudo ela saberá muito bem exigir o seu lugar no mundo da imprensa. Quando
Kat e seu editor leem as notícias do The New York Times e ficam sabendo que
serão chamados a depor perante a Suprema Corte, resolvem fazer o mesmo, ir atrás
delas e editá-las no dia seguinte. O filme é uma corrida atrás desses papéis
imprescindíveis para a liberdade de expressão que estava sendo derrubada por
Nixon. Uma vez em posse desses documentos, uma equipe coesa é chamada para
colocar aquele grande volume de páginas na ordem certa, a fim de poderem
esclarecer os fatos. É um thriller da melhor qualidade, pois o que esses
jornalistas arriscaram, liderados por Ben, com a aquiescência de Kat foi
incrível. Os advogados do jornal alertam que, se a fonte fosse a mesma, os dois
iriam para a prisão. Apesar de todos os avisos eles resolvem encarar os fatos,
entretanto a palavra final seria de Kat Graham (Meryl Streep colossal como
sempre). Ela vai a um crescendo com todos esses fatos e se revela como uma
mulher de coragem e muito valor, sem medo de qualquer represália, a fim de que
a verdade fosse exposta. O filme concorre ao Oscar de melhor longa e Meryl de
melhor atriz, pela vigésima primeira vez! E Trump, para quem o filme foi também
dirigido, a chama de atriz superestimada... Imperdível. Comparado a All the
President’s Men, 1976, obra máxima de Alan J. Pakula sobre o Watergate, o de
Steven Spielberg fica um pouco atrás, pelo pouco tempo que teve para rodá-lo.