sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

CHÉRI DE STEPHEN FREARS





SPOILERS!

Trata-se de um drama romântico, baseado no romance de Collete lançado em 1920. O narrador nos conta que na Paris de 1906, durante a chamada Belle Époque, as famosas cortesãs francesas tornaram-se milionárias com seus amantes aristocráticos e riquíssimos. Esse é o caso da linda Michelle Pfeiffer, atuando como Lea de Lonval, amiga da excelente Kathy Bates, antiga companheira de profissão. Essa mulher tem um filho dândi e problemático de 19 anos, que adorava Lea e a chamava de fada madrinha. Viciado em drogas e bebendo muito é levado por Lea à sua mansão na Normandia a fim de se recuperar, quando descobrem uma súbita atração sexual. Chéri (Rupert Friend) é conduzido e apresentado aos prazeres pela cortesã, que o trata com extrema doçura e carinho. Seis anos depois, ainda continuavam o affair e parece que além da atração existente havia algo mais profundo entre o casal de idades tão diferentes. Ocorre que Lea é belíssima, inteligente e com uma aparência muito jovem; além do mais lhe sobram talento e cultura para conquistar qualquer homem. Esse idílio é bruscamente interrompido com o anúncio, pela mãe de Chéri, que ele se casaria em um mês, com Edmee, também filha de outra cortesã. Esse jovem casal de “órfãos”, pois não conheciam os nomes dos pais e tiveram pouquíssimo convívio com as mães, parte em lua de mel para a Itália. Lea sente-se traída, pois ele já sabia do plano e nada falara. Cheia de amor e desespero viaja para Biarritiz, a fim de encontrar algum consolo nessa paria. Realmente um jovem se aproxima dela, mas não a faz esquecer-se de Chéri. Os jovens voltam de sua viagem e Lea não estava mais lá. Com o passar do tempo recebe uma carta avisando-a que Chéri havia saído de casa e abandonado Edmee. Ansiosa e feliz volta para Paris, pensando em como seria fácil arranjarem o divórcio. De fato, Chéri a procura, mas encontra uma Lea diferente da que conhecera, fazendo planos e tomando as primeiras decisões para sumirem da casa. Essa não era a pessoa boa e maravilhosa por quem se apaixonara. Lea jamais aceitaria tê-lo como amante casado. Isso feriu profundamente seu orgulho. Ele a deixa sem voltar a cabeça para trás, com a sensação de que havia reconquistado sua liberdade. Ela o olha pela janela e roga para si mesma que ele volte! A primeira Guerra Mundial sobrevém e Chéri luta nas batalhas, voltando ileso. Uma grande injustiça ocorrera com esses dois personagens, diz o narrador. Lea nascera muitos anos antes do que Chéri e este descobrira que jamais poderia amar outra mulher que não fosse ela. Desesperado dá um tiro na cabeça e morre. Um tenso final quase Shakespeariano, mostrando o rosto da bela Michelle Pfieffer em close, arremata o filme. O figurino e ambientações são muito bons, com ótimo comando do diretor inglês de A Rainha.

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