quarta-feira, 20 de abril de 2011

HOMEM E DEUSES DE XAVIER BEAUVOIS













DES HOMMES ET DES DIEUX França/2010 122 minutos
Drama
Ganhador de três prêmios no César
Melhor filme, melhor ator coadjuvante, melhor fotografia
Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes
Indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro pela França

ELENCO:
Lambert Wilson
Michael Lonsdale

Com poucos diálogos, a trama do filme é desenvolvida através de belíssimas orações
e cenas do cotidiano de monges franciscanos trapistas e dos habitantes de um pequeno vilarejo. Em 1996, Christian é o líder do pequeno grupo de padres, que decidiram dedicar suas vidas para ajudar os desvalidos da Nigéria, em uma pequena aldeia mulçumana. Ele é bastante auxiliado pelo padre médico, um senhor idoso, cuja vida foi totalmente dedicada a salvar qualquer tipo de pessoas: boas, más, pobres ou até mesmo “o diabo em pessoa”, segundo ele. Vivem em harmonia com a população mulçumana local. Christian estuda o Alcorão tão bem quanto a Bíblia e a partir desse conhecimento pode conviver em paz com os chefes tribais e seus seguidores. Um forte laço de compreensão e tolerância cerca esse pequeno grupo com crenças diferentes, mas princípios muito parecidos. Contudo uma guerra civil assola o país, colocando dois partidos em direções frontalmente opostas. O terrorismo é o fator mais ameaçador para a paz dos monges, que não querem afastar-se do local e de seus comprometimentos interiores como seguir o amor, a fé em Cristo e a ajuda que gostariam de dar aos necessitados. Quando o líder terrorista invade o convento em busca de remédios, são colocados em uma situação constrangedora, pois esses homens, armados até os dentes, vêem-se obrigados a recuar e a reconhecer as palavras santas do Corão. O Islã, obviamente, não é uma religião de terror, no entanto os extremistas colocam sempre a população em perigo. Perseguidos por medos e dúvidas humanas, a permanência dos franciscanos é posta em cheque, mas o que prepondera é a oração, a procura de uma resposta para seus pesadelos e principalmente o amor pela humanidade. Após um consenso em que alguns queriam partir, chegam, no final do filme, a conclusão que deveriam realmente permanecer e seguir os desígnios de Deus. No pré-epílogo, com uma bela melodia de Tchaikoviski, temos a certeza de que estão em paz com suas consciências e que poderão permanecer na vila. Entretanto um final dramático encerra o filme, com a execução de quase todos os monges pelo exército do país, que passara a considerá-los uma ameaça real com suas atitudes de amor ao próximo, fosse ele inimigo ou não. Não deixe de ver, após a última cena, o destino de cada um desses monges extraordinários. É, sem dúvida, um trabalho impecável e um alento para o mundo conturbado de nossos dias, onde o que menos conta é o bem estar do ser humano que está ao nosso lado. Como avaliou a revista Time “um conto iluminado de fé e heroísmo.”

Um comentário:

Anônimo disse...

Reca, linda narrativa.
Continue assim, ajudando outros a entender melhor os filmes.
Obrigado.