quarta-feira, 15 de junho de 2011

MINHAS TARDES COM MARGUERITTE de JEAN BECKER









La Tetê en Friche FRANÇA/2010 81 minutos
ELENCO:
GÉRARD DEPARDIE - GERMAIN
GISÈLE CASADESUS – MARGUERITTE
PATRICK BOUCHITEY

Esse saboroso filme estrelado por Gérard Depardie e Gisèle Casadesus fala de uma história de amor, desses que duram até a morte de um deles. Trata-se de um afeição em que não dizem “eu te amo”, mas sabem que se amam intensamente, como diz o protagonista. É um romance raro entre um homem na casa dos cinquenta anos com uma mulher de 95, bela e frágil. Ele é uma pessoa rústica, vagarosa que fala palavrões, é analfabeto funcional e vive com a mãe idosa e esclerosada. Ela é cientista, culta, devoradora de livros e bastante solitária, vivendo em um lar para idosos. O primeiro encontro entre eles ocorre na pequena cidade onde vivem, em uma minúscula praça de um só banco, enquanto ele conta os pombos que são seus amigos e ela lê a Peste de Albert Camus. É um amor a primeira vista. Germain encanta-se com sua admirável e frágil figura, com uma mente poderosa e repleta de palavras que davam mais sentido à vida; e Margueritte se sente atraída por sua sensibilidade e bondade. Iniciam uma “amizade premiada” em que ambos ganham com ela. A senhora lê trechos de livros clássicos e ele os interpreta muito bem, com seu senso de imaginação totalmente realista, sem abstrações. Percebendo que é dono de uma memória auditiva notável, Margueritte insiste que prossigam nas leituras, com trechos selecionados de diversos escritores. Aos poucos Germain vai se transformando em outro homem, mais falante e seguro uma vez que passa a possuir um vocabulário bem mais extenso e sofisticado, surpreendendo seus amigos mais íntimos e a bela jovem que é sua namorada. Na infância Germain nunca foi amado pela mãe, uma espécie de vadia, e por ninguém mais, pois fora vítima de bullying na escola e dentro de casa. O diretor usa flash-backs para melhor explorar essa visão do protagonista, sempre comparando o presente com seu passado. Ao perder a mãe descobre que, sim, fora amado. Ela deixara a casa em que moravam como locatários, comprada sem que soubesse, e uma caixa de lata que falava sobre sua primeira infância. O final, evidentemente é feliz, depois de algumas alterações na vida de Margueritte. Desse modo você sai do cinema andando nas nuvens de felicidade, contrariando o intento da maioria dos filmes presentes, exibidos nas diversas salas.

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