segunda-feira, 13 de maio de 2013


O QUE TRAZ BOAS NOVAS DE PHILIPPE FALARDEAU

MONSIEUR LAZHAR, CANADÁ/2011, 94 MIN. DRAMA.

ELENCO:

MOHAMED FELLAG – BACHIR LAZHAR

SOPHIE NÉLISSE – ALICE

ÉMELIEN NÉRON – SIMON

O título significa “o que traz boas novas” e é o nome de um professor argelino, Bachir Lazhar, que dará aulas em uma escola média de Montreal. Não é um simples filme sobre o relacionamento entre professores e alunos, mas muito mais do que isso, quase uma fábula sobre caráter, solidez, fraternidade. Ele se propõe a ser professor substituo de um liceu, em uma classe de pré-adolescentes, cuja professora havia se suicidado em plena sala de aula já vazia, causando um grande transtorno psicológico para seus alunos. Durante o tumulto ocasionado, Bachir apresenta-se como professor competente em sua terra natal, Argélia, porém, na verdade, era sua mulher professora e ele dono de um restaurante,  homem culto que conhecia muito bem a língua francesa. Notamos essa dificuldade enquanto o filme avança e ele dá seu sangue para absorver os hábitos de sua nova pátria e a pedagogia da escola. Errando às vezes, mas conquistando seus alunos e colegas, torna-se um personagem importante para eles, que o respeitam e o consideram, pois assim eram tratados. Um laço forte surge entre os personagens e também entre seus colegas, chegando a gostar de uma das professoras e ser correspondido. Dois alunos são os mais problemáticos, pois presenciaram a cena do suicídio. Alice, filha de uma piloto de avião, é corajosa e arrojada, colocando em uma redação sua frustação sobre o assunto. Fora um ato de agressão, segundo ela, e muito grave, mas a professora não poderia ser presa por já estar morta! Já Simon, que era seu preferido, por ter problemas com aprendizagem e ser quase violento, não expõe sua dor e a guarda como uma grande mágoa. A escola não quer que o assunto seja ventilado, mas Lazhar, um refugiado por ter perdido a família em um ataque terrorista, compreende bem a dor da morte e durante uma aula deixa as crianças falarem sobre o assunto. Isso é o ponto final de sua carreira na escola, pois a diretora fica sabendo sobre sua situação política e essa transgressão escolar fora a gota d’água. Ele desprezava as práticas de ensino de não tocar nas crianças e não se envolver com elas, mas é isso que o faz tão querido, sendo chamado de “solide” pela mãe de Alice. Perde o emprego, mas seus alunos ganham, e muito, com seu exemplo corajoso, amigo e flexível. Fellag é dramaturgo e foi ator famoso em seu país, mas exilou-se na França e continuou sua carreira no teatro. Em 2011, o filme indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro perdeu para A Separação, mas sua apresentação nos cinemas desde sexta-feira é um premio para a plateia. O roteiro é baseado na peça de Évelyne de La Chenelière - Bashir Lazhar. O trabalho resultou em vários prêmios internacionais.

 

 

 

 

 

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