sábado, 11 de julho de 2015

O CIDADÃO DO ANO DE HANS PETTER MOLLAND






KRAFTIDIOTEN, NORUEGA, 2014, 116 MIN., COMÉDIA DRAMÁTICA.
ELENCO:
STELLAN SKARSGARD – NILS
BRUNO GANZ – PAPA
BIRGITTE H. SORENSEN –
PAL SVERRE HAGEN – JOVEM CHEFE DA MÁFIA E OSLO
Este é um tremendo filme de ação norueguês, dirigido de maneira cuidadosa por Hans Petter Molland. Filmado inteiramente durante o forte inverno norueguês, tem uma imagem esplêndida, com suas montanhas de pinheiros cobertas de neve assim como as estradas, as casas e tudo o mais. Conta a interessante história de Nils Dickman, um homem introvertido que mora com a mulher em uma casa confortável em seu vilarejo. As primeiras cenas mostram a beleza da paisagem, a espessura da neve que cai e o veículo que Nils dirige, um enorme limpador de neve de última geração, que tira toneladas delas das estradas. Acabara de receber o prêmio de Cidadão do Ano que enche de orgulho sua família e os amigos. Pacato, gosta do que faz. Logo após a homenagem fica sabendo que seu filho único havia sido encontrado morto por uma superdose de cocaína. O enterro é muito triste, principalmente porque Nils não aceita essa versão e tem certeza de que ocorrera um assassinato. Diante da posição inoperante da polícia, resolve achar a verdadeira versão dos fatos e se comporta como um justiceiro implacável. Sua mulher o abandona e só tem a ele mesmo para investigar o ocorrido. Com uma força física descomunal e seu veículo gigantesco acha-se competente para tanto. As mortes vão se enfileirando por ordem de quem deu o último sinal para o assassinato, que fora por engano. Descobre que havia a Máfia de Oslo, contrabandeando cocaína, dirigida por um antigo gângster, que tem como substituto seu filho cruel e pasmem... “vegano”. Sua casa é moderna e belíssima. Está divorciado da mulher e briga pela tutela de seu filho de 12 anos. Tudo ocorria no aeroporto principal, onde operava também a Máfia Sérvia, mas entrando em acordo não colidem e tudo caminhava bem. Mas com as mortas seguidas, o jovem gângster (Pal Hagen do ótimo Kon Tiki) não acredita em coincidência e parte para cima dos sérvios. Nils se desestabiliza e vai procurar conselho com seu irmão, que o alerta do perigo. Seria serviço para um matador profissional. As sequências não são favoráveis e resolve ele mesmo enfrentar a máfia sérvia e norueguesa. Indo atrás de suas vítimas com o poderoso veículo e com cálculos muito bem estabelecidos vai ganhando espaço. As duas máfias se descontrolam e vão uma contra a outra, filho por filho, dente por dente e assim sucessivamente, numa visão grotesca e satírica. O chefe sérvio é o velho Papa, que não descansará até matar o traficante. Mesmo com esse contexto pesado o filme é levado com humor e sátira pelo diretor. As casas são maravilhosas, os hotéis e tudo de uma maneira geral é belo e sórdido. Apesar de onze mortes, que aparecem em uma tela escura com as cruzinhas e o nome de seus mortos, eu diria que é asséptico, uma vez que não vemos cabeças sendo estouradas ou rios de sangue. A neve limpa tudo, até a moral. Final excelente.  Imperdível para quem gosta do gênero.

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