UNE HISTOIRE DE FOU, FRANÇA, 2015, 134 MIN. DRAMA
ELENCO:
SIMON
ABKARIAN – HOVANNES
ARIANE
ASCARIDE – ANOUCH
GRÉGORIE LEPRINCE
- GILLES
ROBINSON STÉVENIN - SOGHOMON THELIRIAN
SYRUS
SHAHIDI – ARAM
O diretor Robert Guédiguian,
descendente de armênios, é considerado um competente diretor do cinema francês
atual. Nesse impressionante filme ele tenta demonstrar e explicar os motivos
que levaram os jovens armênios a participar do Exército Secreto pela Libertação
da Armênia e em seguida seus excessos e crueldade. O genocídio começou em 15 de
abril de 1915, matando duzentos intelectuais. O longa começa em branco e preto,
Berlim, 1921, onde um jovem bem vestido,
Thelerian, aguarda em pleno dia o aparecimento do turco Tallat Pasha. Ao vê-lo
desfere um tiro em sua cabeça, matando-o. Não corre e espera as consequências
de seu ato. É julgado pelo tribunal, mas considerado inocente pelo júri
popular, pois apesar do assassinato, não é um assassino, apenas cumprira seu
papel de punir o homem responsável pelo genocídio armênio na Turquia, matando
1,5 milhão de pessoas. Esse é um fato histórico muito discutido. Torna-se herói
do povo dessa época e das seguintes. Já nos anos 80, uma família armênia mora
em Marselha, tendo um armazém de secos e molhados. O pai é uma pessoa boa e não
rancorosa, mas sua sogra e mulher não são assim. Ainda querem justiça a
qualquer preço depois de tanto tempo, influenciando o filho, Aram, que tinha as
mesmas ideias delas. Com 23 anos resolve, para orgulho da avó, unir-se aos
terroristas do Exército Armênio e obrigar a Turquia a admitir o genocídio. É
encarregado de explodir uma bomba no carro do embaixador turco em Paris. Ocorre
que Gilles, um ciclista de sua idade, está no local e é atingido pelos
estilhaços da bomba, tornando-se paraplégico. Aram não consegue esquecer que
feriu um inocente, perguntando por ele quando possível. Sua mãe, com esse
incidente, se sente culpada e vai visitar Gilles no hospital. Ele não aceita
suas desculpas, porém ela conta que seu filho foi o causador de seu sofrimento,
mas sem nenhuma intenção de feri-lo. O tempo passa e Gilles, estudante de
medicina e noivo, rompe seu relacionamento e passa a ler sobre os armênios,
tentando entender seu destino tão infeliz. O tratamento é doloroso e ele está
em uma cadeira de rodas, muito revoltado. Um dia aparece para visitar a mãe de
Aram. A família e ele passam a ter um relacionamento cada vez mais amoroso e
próximo. Até a comida ele passa a apreciar e o modo como os pais e a irmã de
Aram o tratam. Com dignidade e carinho. Nesse ínterim vemos o desenrolar cruel do
Exército Terrorista. Aram não suporta o que vê e se afasta do grupo, sendo
perseguido. O terço final, da reconciliação, é muito comovente e humano.
Imperdível. Belíssimas atuações.