terça-feira, 26 de abril de 2016

UMA HISTÓRIA DE LOUCURA DE ROBERT GUÉDIGUIAN




UNE HISTOIRE DE FOU, FRANÇA, 2015, 134 MIN. DRAMA
ELENCO:
SIMON ABKARIAN – HOVANNES
ARIANE ASCARIDE – ANOUCH
GRÉGORIE  LEPRINCE  - GILLES
 ROBINSON STÉVENIN - SOGHOMON THELIRIAN
SYRUS SHAHIDI – ARAM


O diretor Robert Guédiguian, descendente de armênios, é considerado um competente diretor do cinema francês atual. Nesse impressionante filme ele tenta demonstrar e explicar os motivos que levaram os jovens armênios a participar do Exército Secreto pela Libertação da Armênia e em seguida seus excessos e crueldade. O genocídio começou em 15 de abril de 1915, matando duzentos intelectuais. O longa começa em branco e preto, Berlim, 1921,  onde um jovem bem vestido, Thelerian, aguarda em pleno dia o aparecimento do turco Tallat Pasha. Ao vê-lo desfere um tiro em sua cabeça, matando-o. Não corre e espera as consequências de seu ato. É julgado pelo tribunal, mas considerado inocente pelo júri popular, pois apesar do assassinato, não é um assassino, apenas cumprira seu papel de punir o homem responsável pelo genocídio armênio na Turquia, matando 1,5 milhão de pessoas. Esse é um fato histórico muito discutido. Torna-se herói do povo dessa época e das seguintes. Já nos anos 80, uma família armênia mora em Marselha, tendo um armazém de secos e molhados. O pai é uma pessoa boa e não rancorosa, mas sua sogra e mulher não são assim. Ainda querem justiça a qualquer preço depois de tanto tempo, influenciando o filho, Aram, que tinha as mesmas ideias delas. Com 23 anos resolve, para orgulho da avó, unir-se aos terroristas do Exército Armênio e obrigar a Turquia a admitir o genocídio. É encarregado de explodir uma bomba no carro do embaixador turco em Paris. Ocorre que Gilles, um ciclista de sua idade, está no local e é atingido pelos estilhaços da bomba, tornando-se paraplégico. Aram não consegue esquecer que feriu um inocente, perguntando por ele quando possível. Sua mãe, com esse incidente, se sente culpada e vai visitar Gilles no hospital. Ele não aceita suas desculpas, porém ela conta que seu filho foi o causador de seu sofrimento, mas sem nenhuma intenção de feri-lo. O tempo passa e Gilles, estudante de medicina e noivo, rompe seu relacionamento e passa a ler sobre os armênios, tentando entender seu destino tão infeliz. O tratamento é doloroso e ele está em uma cadeira de rodas, muito revoltado. Um dia aparece para visitar a mãe de Aram. A família e ele passam a ter um relacionamento cada vez mais amoroso e próximo. Até a comida ele passa a apreciar e o modo como os pais e a irmã de Aram o tratam. Com dignidade e carinho. Nesse ínterim vemos o desenrolar cruel do Exército Terrorista. Aram não suporta o que vê e se afasta do grupo, sendo perseguido. O terço final, da reconciliação, é muito comovente e humano. Imperdível. Belíssimas atuações. 

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