HIKARI, JAPÃO, FRANÇA, 2017, 101 MIN., DRAMA.
ELENCO:
AYAME MISAKE – MISAKO
MASATOSHI NAGASE – NAKAMORI (FOTÓGRAFO)
Naomi Kawase, neste belíssimo
filme, mostra opostos como a paixão com urgência costurada com a calma e
paciência, a escuridão contra a luz alaranjada do sol abrasador e este quando
se põe desperta a vontade impossível de querer alcançá-lo antes que suma atrás
das montanhas. É um filme sobre a cegueira. Ela se interessou pelo assunto,
quando um de seus filmes foi audiodescrito para deficientes visuais. Mostra que
a imagem não é tudo em um filme, pois há de haver momentos para reflexões e não
somente descrições como em um quadro sendo observado em um museu. Misako é uma
jovem que está sendo treinada para fazer audiodescrições em filmes para cegos.
Antes de ir para os cinemas comerciais, há um processo em que alguns
deficientes julgam o trabalho, antes de finalizá-lo completamente. Entre seus
colaboradores existe um fotógrafo famoso, cujo avô também o era, e não concorda
com o excesso de narrativas. Ele é o mais duro de todos. Sabendo que sua visão
estava sumindo, a garota se interessa por ele, pois seu pai também havia
sumido, deixando a esposa com problemas mentais à sua espera. Nakamori, apesar
de quase cego ou por isso mesmo, anda com sua Rolleiflex sempre pendurada em
seu pescoço, fotografando pelo som e pela exígua visão. Através desses dois
personagens diferentes em quase tudo, principalmente idade e experiência, a
diretora constrói um filme sensível e com belíssimas imagens sobre o
relacionamento conturbado desse casal, que com habilidade e imaginação consegue
chegar a um ponto de total encontro e amor. Os diálogos são importantíssimos,
porquanto deles podemos absorver verdadeiras lições de vida e afeto, como
quando ele diz que podia perceber seu coração batendo, mesmo sem tocá-lo e sentir
seu amor. Ganhou indicação no festival de Cannes para melhor intérprete
feminina. Muito suave ao contrário da maioria dos últimos filmes em cartaz.
Imperdível!!!
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