domingo, 19 de julho de 2009

ENQUANTO O SOL NÃO VEM de AGNÈS JAOUÏ







Agathe (Agnès Jaoui) é uma feminista que postula um cargo político em Paris. Depois da morte da mãe, vai visitar sua irmã Florence (Pasquale Arbillot), que mora na região de Avignon, sul da França. Durante o mes de agosto cai uma constante chuva no local, deixando as pessoas deprimidas e mais sensíveis. Após a independência da Argélia, Florence, seu marido e dois filhos pequenos mudam-se para lá, levando a adorável caseira argelina e seu filho Karim (Jamel Debbouz). Esse inteligente rapaz e seu amigo Michel Rosard (Jean-Pierre) empenham-se para fazer uma série de documentários sobre mulheres bem sucedidas e Agathe é a escolhida. Os dois parceiros encontram-se em dificuldades profissionais e financeiras e as coisas não ocorrem como o esperado. Karim sente-se discriminado por essa familia e torna-se agressivo durante as filmagens, deixando que o típico mau humor francês de Agathe se revele. Florence, que não admira seu marido e se sente incompleta, tem como amante o próprio amigo Michel. Um descompasso familiar entre as duas irmãs emerge e ressentimentos da infância são lembrados, pois Agathe sempre fora a preferida da mãe. Nesse clima tenso outros problemas são abordados, como o feminismo, a mulher na política e a mágoa que os imigrantes de ex-colonias francesas ainda guardam dentro de si. Apesar de tudo cenas cômicas ocorrem, principalmente pela inexperiência total dos cineastas. A insatisfação pessoal das mulheres atuais é representada por Agathe e Florence. Uma bem sucedida e solitária e a outra frustrada por não poder desempenhar um papel de maior relevância pessoal, apesar de ter uma família. Esses tópicos nos fazem refletir seriamente sobre os caminhos do feminismo e o lugar que as mulheres gostariam de ocupar.

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