sexta-feira, 18 de junho de 2010

MADEMOISELLE CHAMBON DE STÉPHANE BRIZÉ










França 2009
Spoilers

Esse delicado drama dirigido pelo sensível diretor Stéphane Brizé inicia-se mostrando uma família feliz: os pais e um garoto adorável e inteligente. O casal, intelectualmente, é simples e ajuda o filho a decifrar o que seria um objeto direto, o que os três não sabem. Ele é pedreiro e ela operária de uma fábrica. Devido a um problema no trabalho, Anne-Marie (Aure Atika) fica de cama e Jean (expressivo Vicent Lindon) passa a buscar o filho na escola. Conhece a discreta Mademoiselle Chambon (ótima Sandrine Kiuberlain), uma solitária e jovem professora substituta, que morava nos arredores de Paris. Nasce entre eles uma atração espontânea e imediata, que só cresce à medida que se conhecem melhor. Ele faz uma palestra sobre sua profissão para os meninos da classe de seu filho que acaba sendo um grande sucesso, com diversas perguntas interessantes por parte das crianças. Com isso tem a oportunidade de consertar uma janela quebrada na casa de Véronique. As cenas que se seguem são pausadas e reveladoras, acompanhadas de uma ótima trilha sonora de música clássica. Esse é um filme em que você pode pensar e sentir junto com os atores e seguir o que o diretor intenciona relatar. Mademoiselle e Jean não conseguem disfarçar o encanto e ela toca, a pedido dele, uma peça para violino de Edward Elgar. A música será o “porto seguro” para que continuem a compartilhar da companhia um do outro. Essa atração se transforma em amor, sem que eles tenham compartilhado de nada mais sério. E isso para quem os vê é muito mais do que cenas de sexo. Nossa atenção fica presa ao desenrolar da história. Porém, Ane-Marie está grávida novamente e a notícia desnorteia nosso herói, que não sabe como resolver de modo consistente o que está acontecendo com ele. Honesto, relata o fato a Véronique, que resolve deixar a escola e a cidade. Jean torna-se solitário, irritado e agressivo sem saber o que fazer e sua esposa nota essa exasperação repentina. Afastado de sua amada, pede que antes de partir toque na festa de oitenta anos de seu pai, pois isso daria grande prazer ao senhor. Ela aquiesce e durante o almoço sua mulher nota a razão de seu sofrimento, através do olhar que lança a jovem professora. Veronique e Jean, sutilmente, têm seu momento de amor verdadeiro e resolvem ficar juntos, o que não acontece, pois ele não conseguirá abandonar a esposa que tanto amara e seus filhos. Contudo, veja a letra da música que encerra o filme e julgue por si o que, ocasionalmente, poderá advir para o futuro. Um ótimo espetáculo que foge do rotineiro em filmes que falam de amores difíceis.

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