segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O AMOR CHEGA TARDE DE JAN SCHÜTTE












LOVES COME LATELY – COMÉDIA DRAMÁTICA – ALEMANHA, ÁUSTRIA, EUA, 2008
86 MINUTOS

ELENCO:
OTTO TAUSIG
RHEA PERLMAN
JOHN C. VENNEMA

Esta deliciosa comédia dramática, inspirada em contos do grande escritor judaico-americano, Issac Singer (1904-1991) gira em torno de um senhor austríaco (alter ego de Singer), de oitenta anos, que ainda consegue trabalhar em Nova York, onde vive, para espanto de alguns. Ele é um escritor de contos e ”bachelor” (solteirão) como ele mesmo diz, há muitos anos, que convive com uma namorada, que tem certeza de suas infidelidades, mas que preenche sua vida e o ajuda com seus esquecimentos diários. Além dessa atividade, vive de palestras dadas em diversas cidades por onde lecionou. Considerado um escritor tipicamente americano, apesar de austríaco, que descreve as vicissitudes diárias do país, é famoso, além de muito bem quisto pelas mulheres que adoram seu estilo bem humorado, típico dos judeus. O filme segue muito a linha de Woody Allen, com piadas inteligentes e cáusticas. Com uma agenda cheia, o protagonista decide escrever sobre um homem (ele próprio) que desejaria tirar férias em Miami e conhecer novas pessoas, quem sabe novos amores. Esses contos vêm em forma de realidade, contando estórias sexuais engraçadas, sempre com finais inesperados. Seus sonhos abrangem o mesmo tema e é constantemente acordado com pesadelos. Em suas palestras é muito bem recebido e ganha, frequentemente, atenção feminina para seu deleite, apesar da idade e da aparência franzina. Isso para ele é um enigma a ser desvendado. Agora, viaja para uma série de apresentações e tudo acontece, desde encontrar-se com uma antiga aluna que o questiona sobre seus finais infelizes ao invés de deixá-los em aberto para que o leitor escolha à sua maneira, até esquecer seu texto na pasta sendo obrigado a improvisar, lendo o mais recente conto, escrito às pressas. Nesta narrativa, também apresentada como realidade, o vemos como um homem velho, comum que desperta o amor da vizinha viúva, que vê nele o retrato do marido. Com o desenrolar da complexa e divertida historieta, somos nós que deveremos fechar as últimas ações dessa trama. Filme inteligente e escrito como uma homenagem a Isaac Singer, um dos maiores escritores americanos, por Jan Schütte. Muito bem representado pelos incríveis Otto Tausig e Rhea Perlman. Creio que a mensagem a ser enviada é da brevidade da vida e do amor que deve ser aproveitado sempre que se oferecer às pessoas. Ele não tem idade. A bela trilha sonora de Henning Lohner ajuda-nos a entrar no clima do filme.

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