terça-feira, 22 de novembro de 2011

A CHAVE DE SARAH DE GILLES PAQUET-BRENNER













ELLE S’APELLE SARAH, FRANÇA, 2010 DRAMA 111 MINUTOS

ELENCO:
MÉLUSINE MAYANCE – SARAH
JULIA JARMOND – KRISTIN SCOTT THOMAS

Outro ótimo filme francês em cartaz, revelando o talento de outra criança, Mélusine Mayance. Esse docudrama passa-se entre os anos de 1942, durante a ocupação nazista na França colaboracionista e a atualidade. As primeiras cenas são da Paris da Segunda Guerra Mundial, no bairro pobre de Marais, ocupada pelos judeus franceses, que seriam transferidos para o Velódromo de Inverno, em julho de 1942, onde ficaram por cinco dias sem água, alimento ou higiene, sendo que alguns se suicidaram por desespero e os demais foram enviados para os campos de concentração. São cenas fortes e realmente chocantes, pois foca principalmente a família da menina Sarah. Na hora da deportação as crianças serão separadas de suas mães, que desesperadas tentam pegar seus filhos em vão. Estavam sob o governo francês de Vichy. O fio condutor desse filme é a jornalista americana, Julia Jarmond (ótima Kristin Scott Thomas) que escreve uma matéria para a revista que trabalha sobre o genocídio conduzido durante aquele governo. Ela vive em Paris com o marido e filha adolescente há vinte anos e agora recebe um apartamento de Marais, hoje um bairro cobiçado, como herança. Curiosa para saber quem vivera lá, devido ao seu trabalho, começa uma investigação intensa sobre o antissemitismo e os moradores do prédio naqueles anos da II Guerra Mundial e acaba descobrindo que a família de Sarah fora moradora de parte do apartamento onde vivera seu marido na infância. Indagando o marido e seu sogro, provoca um desconforto familiar muito forte, pois eram anos que queriam esquecer e um episódio pouco discutido. Sua investigação sobre Sarah a leva de volta para os Estados Unidos e novamente para a Europa, Itália depois França. Todos os envolvidos nessa trama querem afastar-se da verdade, mas para ela o que importa é saber o destino das pessoas que foram exiladas, denunciadas pelos próprios franceses. A menina Sarah fora um personagem forte e sofrido, tendo escapado dos nazistas e adotada por uma boa família, finalmente seguido para outro país. O temor de Sarah é que tem certeza de ter provocado uma tragédia ao esconder o irmão caçula dos guardas da SS. O desenrolar do filme é angustiante e muito interessante, uma vez que a vida de todos será mudada à medida que os fatos forem sendo esclarecidos e finalizados. A direção é ótima e o desempenho das duas atrizes excelente, valendo o filme. Uma história muito bem contada cheia de surpresas e baseada no best-seller de Tatiana De Rosnay, com o mesmo título francês. Um programa imperdível, uma vez que é baseada em fatos tão incômodos como a perseguição antissemita.

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