segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A DAMA DE FERRO DE PHYLLIDA LLOYD








THE IRON LADY, REINO UNIDO, 2011, 105 MIN.
ELENCO:
MERYL STREEP – MRS. THATCHER
JIM BROADBENT – MR. THATCHER
OLIVIA COLMAN
ALEXANDRA ROACH – MARGARET JOVEM
A ótima Phyllipa Lloyd e a roteirista Abi Morgan fazem um trabalho excelente na cinebiografia de uma das personagens mais controversas da política mundial do século XX, Margareth Thatcher, a primeira e única mulher a ser primeira-ministra da Inglaterra, na década de oitenta, simbolizando o acesso feminino ao poder de uma das maiores potências do mundo. O filme foca, de maneira muito humana, o lado pessoal da protagonista em uma idade já bem avançada e com um início de demência mental. Entretanto, o melhor deste filme intrigante é a atriz Meryl Streep, que merecidamente já angariou sua décima sétima indicação ao Oscar. Ela se deu por inteira na intepretação da personagem, fazendo com que confundamos uma com a outra. Devemos muito a ambas como epítetos femininos e feministas. O filme usa do tradicional flashback para entendermos melhor sua trajetória. Menina de origem humilde aprendeu a retidão e perseverança com seu pai, cursando com bolsa de estudos a famosa universidade inglesa de Oxford, que lhe recusou o título de honoris causa. Quando ainda bem jovem tinha a mais firme convicção de que a política seria sua vida, chegando a casar-se com um bem sucedido comerciante, Denis Thatcher, que de certa forma garantiu sua ascendência ao partido conservador. Conseguiu eleger-se membro do Partido em 1951, foi Ministra da Educação e integrada ao tesouro. Finalmente, muito respeitada, em 1979 vai morar no famoso endereço da Downing Street. Suas batalhas foram múltiplas, diárias, como ela mesma diz. Ser mulher e tendo conseguido quebrar a barreira da imobilidade social inglesa, tornou-se firme, arrogante, consciente de seus deveres. Os homens, entretanto, não a poupavam, o que Lloyd mostra de maneira sútil, focando um par de sapatos azul e femininos dentre muitos masculinos. Esse artifício será usado em várias circunstâncias. Sua voz era altíssima e teve de fazer aulas para dominá-la. Além do mais era considerada uma mãe e esposa arrogante, apesar de seu ótimo casamento com Denis. Ao se eleger não cedeu quando da greve dos mineiros de carvão, tendo beneficiado bastante o país, mesmo para os mais humildes. Na Guerra das Malvinas, simplesmente mandou que afundassem o navio General Belgrano. Foi reeleita em 1983 e 1987. Ocorre que com a determinação de que a Europa seria unificada e haveria uma única moeda circulante, rejeitou firmemente a ideia, pois acreditava na dominância alemã e na quebra de assuntos econômicos que dominavam na Inglaterra. Saiu viva de um ataque do IRA , quando vários membros do partido foram mortos. Finalmente fez uma coalizão entre Inglaterra, Rússia e Estados Unidos. Os pontos políticos não são os preponderantes no filme, mas sim sua figura como mulher, mãe e companheira. Enfim uma mulher humanizada, já bem idosa e quase solitária. Programa imperdível, mesmo para as pessoas que não se simpatizavam com a Dama de Ferro, apelido dado pelos russos, que tão bem lhe caiu.

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