THE BLING
RING, EUA/2013, 90 MIN. DRAMA-CRIME
ELENCO:
EMMA WATSON
–NICKI
KATY
CHANG - REBECCA
ISRAEL BROUSSARD – MARC
Uma crônica famosa do Vanity
Fair, escrita por Nancy Joe Sales, inspirou a ótima Sofia Coppola a realizar
seu novo filme. Um grupo de adolescentes de classe média em Los Angeles, todos
estudantes de uma escola para jovens problemáticos, entre os anos de 2008 e
2009 praticavam crimes em casas de celebridades, pelas quais eram fanáticos. O
que eles queriam era parecer iguais aos seus ídolos e terem o mesmo guarda
roupa, estilo de vida, frequentar seus clubes prediletos, enfim “queriam ser
eles” e os idolatravam. A líder desse quinteto era a sofisticada menina
oriental, Rebecca, que convida Nicki, um garoto sem autoestima, a se juntar ao
grupo de garotas. Eles desejam ter roupas, casacos e outros pertences pessoais
dessas pessoas e descobrem o quanto é fácil saber sobre elas. Basta um clique
no computador e ali está o endereço e onde os personagens se encontram.
Aproveitando-se das casas vazias sempre conseguem entrar nessas mansões, porque
as celebridades são pouco cuidadosas com suas coisas, tendo um número sem fim
de peças e joias em suas casas e tantos carros que chegam a deixar as chaves
dentro deles. Os primeiros assaltos são
mais temerários para o jovem Nicki, mas a medida em que nada acontece vão se
tornando tão confiantes que não prestam mais atenção no que fazem, chegando a
levar uma coleção inteira de Rolex, quadro e tapetes. As celebridades são pessoas
como Paris Hilton, Orlando Bloom, Lindsay Lohan entre outros. Durante os
assaltos seus pais displicentes não notam nada, sendo que eles ingerem uma
quantidade enorme de bebidas e drogas, chegando totalmente dopados. Sofia
dirige como uma antropóloga, o que interessa são os fatos e não os julga,
apenas registra magistralmente os “Bling Ring” em ação. O que intrigou a
jornalista foi o despudor desses jovens, que elegantemente vestidos parecem
mais velhos, mas são simples adolescentes de famílias mal constituídas. Uma das
melhores cenas é uma tomada à distância e a noite de uma casa com quase todas
as paredes de vidro, onde podemos ver ao longe, Rebecca e Nicki, com as luzes
acesas, escolhendo os frutos de seus roubos, com o maravilhoso céu estrelado da
Califórnia como pano de fundo. Finalmente, quando já roubaram uma soma próxima
a três milhões de dólares, as queixas são feitas e a polícia sai atrás dos
pequenos marginais, que apesar de não machucarem ninguém e não lesarem as
pessoas a ponto delas darem falta disso em casa, são criminosos que precisam
ser detidos. O mais incrível é que essas celebridades acumulam tal número de
coisas, o que é também o hábito do americano consumista de classe média alta,
que adoram revistas e programas de fofocas e celebridades, que os roubos custam
a ser percebidos. Mesmo com a finalidade de não enviar nenhuma mensagem de
certo ou errado, torna-se um filme muito bem sucedido contra esse comportamento
atual consumista e alienado, quase no limiar da imbecilidade.
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