segunda-feira, 26 de agosto de 2013

BLING RING - A GANG DE HOLLYWOOD DE SOFIA COPPOLA




THE BLING RING, EUA/2013, 90 MIN. DRAMA-CRIME

ELENCO:

EMMA WATSON –NICKI

KATY CHANG  - REBECCA

ISRAEL BROUSSARD – MARC

Uma crônica famosa do Vanity Fair, escrita por Nancy Joe Sales, inspirou a ótima Sofia Coppola a realizar seu novo filme. Um grupo de adolescentes de classe média em Los Angeles, todos estudantes de uma escola para jovens problemáticos, entre os anos de 2008 e 2009 praticavam crimes em casas de celebridades, pelas quais eram fanáticos. O que eles queriam era parecer iguais aos seus ídolos e terem o mesmo guarda roupa, estilo de vida, frequentar seus clubes prediletos, enfim “queriam ser eles” e os idolatravam. A líder desse quinteto era a sofisticada menina oriental, Rebecca, que convida Nicki, um garoto sem autoestima, a se juntar ao grupo de garotas. Eles desejam ter roupas, casacos e outros pertences pessoais dessas pessoas e descobrem o quanto é fácil saber sobre elas. Basta um clique no computador e ali está o endereço e onde os personagens se encontram. Aproveitando-se das casas vazias sempre conseguem entrar nessas mansões, porque as celebridades são pouco cuidadosas com suas coisas, tendo um número sem fim de peças e joias em suas casas e tantos carros que chegam a deixar as chaves dentro deles.  Os primeiros assaltos são mais temerários para o jovem Nicki, mas a medida em que nada acontece vão se tornando tão confiantes que não prestam mais atenção no que fazem, chegando a levar uma coleção inteira de Rolex, quadro e tapetes. As celebridades são pessoas como Paris Hilton, Orlando Bloom, Lindsay Lohan entre outros. Durante os assaltos seus pais displicentes não notam nada, sendo que eles ingerem uma quantidade enorme de bebidas e drogas, chegando totalmente dopados. Sofia dirige como uma antropóloga, o que interessa são os fatos e não os julga, apenas registra magistralmente os “Bling Ring” em ação. O que intrigou a jornalista foi o despudor desses jovens, que elegantemente vestidos parecem mais velhos, mas são simples adolescentes de famílias mal constituídas. Uma das melhores cenas é uma tomada à distância e a noite de uma casa com quase todas as paredes de vidro, onde podemos ver ao longe, Rebecca e Nicki, com as luzes acesas, escolhendo os frutos de seus roubos, com o maravilhoso céu estrelado da Califórnia como pano de fundo. Finalmente, quando já roubaram uma soma próxima a três milhões de dólares, as queixas são feitas e a polícia sai atrás dos pequenos marginais, que apesar de não machucarem ninguém e não lesarem as pessoas a ponto delas darem falta disso em casa, são criminosos que precisam ser detidos. O mais incrível é que essas celebridades acumulam tal número de coisas, o que é também o hábito do americano consumista de classe média alta, que adoram revistas e programas de fofocas e celebridades, que os roubos custam a ser percebidos. Mesmo com a finalidade de não enviar nenhuma mensagem de certo ou errado, torna-se um filme muito bem sucedido contra esse comportamento atual consumista e alienado, quase no limiar da imbecilidade.

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