segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

O CLÃ DE PABLO TRAPERO



EL CLAN, ARGENTINA, ESPANHA, 2015, DOCUDRAMA
ELENCO:
GUILLERMO FRANCELLA – ARQUIMEDES PUCCIO - PAI
PETER LANZANI – ALEJANDRO – FILHO
Neste espetacular filme, passado na Argentina no fim dos anos setenta e começo dos oitenta, Pablo Trapero, diretor do magnífico Abutres, nos conta uma história dramática que abalou os argentinos na época. Conta a história de um chefe de família e sua mulher, que têm cinco filhos, três rapazes e duas garotas, vivendo em um bairro famoso de Buenos Aires. A família é aparentemente bem constituída, com o pai preocupado com a educação dos filhos. Ele é um ex-colaborador da ditadura que dominou o país por anos. Agora tem uma rotisserie e também é contador. Pacato, varre sempre a calçada de sua loja nas primeiras horas da manhã. Seu primogênito é um astro do rúgbi em sua escola e adorado pelos colegas. Ocorre que toda essa calma e tradição é apenas um disfarce, pois Arquimedes é o mais vil e frio sequestrador e assassino que se possa imaginar, auxiliado pela mulher e por Alejandro. Começa com o sequestro de um colega de classe de Alejandro, muito rico, que é algemado e maltratado, ficando trancado no banheiro da casa. As refeições são oferecidas pela mãe. Os outros filhos ouvem os barulhos e lamentos, mas não ousam falar qualquer coisa. Um deles, Maguilla, está viajando e o pai sente sua falta para auxiliar nos raptos. A primeira vítima é morta, apesar de a família ter pagado pelo resgate. Arquimedes conta com a ajuda de antigos membros da ditadura. Sua mulher é tão impiedosa quanto o marido. O filho ausente volta, mas o mais novo sai de casa, na tentativa de se afastar de tudo. Um dos muitos sequestros sanguinários não dá muito certo, pois a família da vítima se recusara a pagar a quantia exigida, a não ser com certeza de que estivesse realmente viva. As cenas têm uma precisão incrível e os desempenhos de Guillermo e principalmente de Peter são espetaculares. Indo para o final, a atitude de um dos filhos se altera e são finalmente descobertos pela polícia. Final dramático com explicações do destino de cada um dos personagens antes dos créditos finais. Imperdível pelo roteiro, direção e interpretações de cada uma dessas personalidades verídicas. Realmente o cinema argentino é de ponta com apresentações ótimas. Esse filme foi escolhido para o Oscar de melhor filme estrangeiro com todo mérito. Parabéns a PabloTrapero. Ganhou a palma de prata em Veneza.


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