domingo, 20 de dezembro de 2015

MIA MADRE DE NANNI MORETTI





MIA MADRE, ITÁLIA, FRANÇA, 2015, 108 MIN. DRAMA
ELENCO:
MARGHERITA BUY – MARGHERITA
JOHN TURTURRO – ATOR ÍTALO-AMERICANO BARRY HUGHINS
GIULIA LAZZARINI – MÃE
NANNI MORETTI – GIOVANI - IRMÃO


Neste longa do sensível diretor Nanni Moretti, que gosta de questionamentos em geral,  nos traz reflexões que vivenciou com a morte de sua própria mãe. Temos como foco duas mulheres bem diferentes. Margherita, diretora de cinema às voltas com um longa-metragem que está sendo rodado, tem a mãe hospitalizada por uma pneumonia. Sempre em débito com seu trabalho, sua filha adolescente e seu antigo casamento não dá conta de realizar nada até o fim e com acerto. Fragilizada, encontra-se sempre em seu limite. Já sua mãe, uma professora de latim, culta e otimista, é seu oposto. Sabe o que quer, preocupa-se com seus alunos e sua neta, que precisa estudar latim, mas não encontra utilidade nisso. Ela é referência máxima de valorização da vida para seus ex-estudantes e como mulher erudita, independente e sábia que gosta de ouvir e dar conselhos assertivos. Margherita recebe ajuda do irmão, Giovani, que tem mais flexibilidade e saber do que ela, o discreto Moretti, que é sua grande ajuda no hospital. Durante a internação da mãe vemos a desintegração da protagonista como pessoa, que ainda tem que lidar com o desagradável ator ítalo-americano, Barry Hughins, que só causa problemas com seu estrelismo. Confrontada entre esses problemas e alguns devaneios de sua mãe, por conta dos fortes medicamentos, é a imagem da fraqueza e desânimo, apesar de ser ótima atriz. Depois de tomarem a decisão de que ela deveria morrer em casa, as coisas parecem voltar mais ao normal, pois  a “madre” encarrega-se das próprias medicações, seu balão de oxigênio e ainda estuda com a neta. Será um fim digno. Após sua morte, um diálogo curto e memorável ocorre na cena final. Em um flashback, a filha pergunta em que ela está pensando, pois na cama do hospital está calada e pensativa, mas ela responde: “No amanhã.” Mensagem mais otimista é impossível de se pensar. Um alívio a tantos sofrimentos e dúvidas expostos durante a filmagem.  Bom filme.








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