MIA MADRE, ITÁLIA, FRANÇA, 2015, 108 MIN. DRAMA
ELENCO:
MARGHERITA BUY – MARGHERITA
JOHN TURTURRO – ATOR ÍTALO-AMERICANO BARRY HUGHINS
GIULIA LAZZARINI – MÃE
NANNI MORETTI – GIOVANI - IRMÃO
Neste longa do sensível diretor
Nanni Moretti, que gosta de questionamentos em geral, nos traz reflexões que vivenciou com a morte
de sua própria mãe. Temos como foco duas mulheres bem diferentes. Margherita, diretora
de cinema às voltas com um longa-metragem que está sendo rodado, tem a mãe
hospitalizada por uma pneumonia. Sempre em débito com seu trabalho, sua filha
adolescente e seu antigo casamento não dá conta de realizar nada até o fim e
com acerto. Fragilizada, encontra-se sempre em seu limite. Já sua mãe, uma
professora de latim, culta e otimista, é seu oposto. Sabe o que quer,
preocupa-se com seus alunos e sua neta, que precisa estudar latim, mas não
encontra utilidade nisso. Ela é referência máxima de valorização da vida para
seus ex-estudantes e como mulher erudita, independente e sábia que gosta de
ouvir e dar conselhos assertivos. Margherita recebe ajuda do irmão, Giovani,
que tem mais flexibilidade e saber do que ela, o discreto Moretti, que é sua
grande ajuda no hospital. Durante a internação da mãe vemos a desintegração da
protagonista como pessoa, que ainda tem que lidar com o desagradável ator
ítalo-americano, Barry Hughins, que só causa problemas com seu estrelismo. Confrontada
entre esses problemas e alguns devaneios de sua mãe, por conta dos fortes
medicamentos, é a imagem da fraqueza e desânimo, apesar de ser ótima atriz. Depois
de tomarem a decisão de que ela deveria morrer em casa, as coisas parecem
voltar mais ao normal, pois a “madre”
encarrega-se das próprias medicações, seu balão de oxigênio e ainda estuda com
a neta. Será um fim digno. Após sua morte, um diálogo curto e memorável ocorre
na cena final. Em um flashback, a filha pergunta em que ela está pensando, pois
na cama do hospital está calada e pensativa, mas ela responde: “No amanhã.”
Mensagem mais otimista é impossível de se pensar. Um alívio a tantos
sofrimentos e dúvidas expostos durante a filmagem. Bom filme.
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