segunda-feira, 5 de setembro de 2016

A COMUNIDADE DE THOMAS VINTERBERG





KOLLEKTIVET, DINAMARCA, SUÉCIA, HOLANDA, 2016, 111 MIN., DRAMA
ELENCO:
ULRICH THOMSEN – ERIK
TRINE DYRHOLM – ANNA
Este filme é um belo trabalho de Thomas Vinterberg, grande diretor de Festa de Família e A Caça entre outros. Passando-se nos anos 1970, em Copenhagen, temos uma visão bem interessante do que foram aqueles tempos dos hippies e da emancipação feminina. Erik é arquiteto e professor, bem casado, com uma adorável filha adolescente de 14 anos. Anna é uma conhecida apresentadora de noticiário televisivo, muito competente e respeitada. Ele recebe de herança a casa de seus pais, lindíssima com grande jardim e 450 metros quadrados de área construída. É muito grande para os três e sua mulher sugere que lá criem uma comunidade com outros amigos. Sugestão aceita, começam a migrar seus companheiros. Primeiro um amigo de Erik, divorciado, depois outro casal com um filho de 6 anos, os quais sugerem regras para que a comunidade dê certo, todos se ajudarão mutuamente. E mais gente vai chegando até se esgotarem os lugares, que, claro, serão cobrados. Erik, na universidade, recebe seus alunos para dúvidas e uma aluna, Emma, o procura e em minutos rola um clima que ambos aceitam com facilidade. A partir desse fato, as coisas mudarão e muito. Esse comportamento tão aberto dos nórdicos afeta as crianças que são precocemente sexualisadas. Anna parece ser uma mulher forte e aberta, mas quando fica sabendo do caso do marido, por ele mesmo, quer enfrentar o problema de frente e convida a moça para morar em sua casa. Obviamente eles aceitam, mas um tumulto irá surgir, evidentemente, pois Anna não é tão segura quanto parece e quem realmente vai segurar as pontas de tudo é a filha do casal, a única capaz de vislumbrar realisticamente o clima que lá ocorre. Bom longa que mostra a dificuldade dos relacionamentos humanos, os sonhos de uma vida comunitária e os desfechos de tais situações. Trine Dyrholm é uma luz que brilha durante o filme. Em entrevista ao Estado de São Paulo, o diretor fala que “a substituição é uma coisa brutal, e no amor, então, nem se fala. É um temor que me angustia.” “O filme constrói-se muito na epiderme das atrizes.” Thomas passou alguns anos de sua infância e adolescência em uma comunidade, tendo experiência própria sobre o assunto. Ótimo programa.



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