terça-feira, 22 de agosto de 2017

OS MENINOS QUE ENGANAVAM NAZISTAS DE CHRISTIAN DUGUAY




UN SAC DE BILLES, FRANÇA, CANADÁ, REPÚBLICA CHECA, 2017, 113 MIN. DRAMA.
ELENCO:
DORIAN LE CLECH – JOSEPH JOFFO
BATYSTE FLEURIAL – MAURICE JOFFO
PATRICK BRUEL – ROMAN JOFFO
ELZA SYLBERSTEIN – ANNA



Terceiro longa do habilidoso diretor canadense Christian Duguay com grande audiência. É um filme feito sob emoção e uma homenagem à família, ao amor e à ternura. Baseado no romance escrito pelo próprio Joseph Joffo. Na França ocupada pelos nazistas, 1942, os dois irmãos caçulas de uma família judaica com 4 filhos veem-se obrigados pelos pais a partirem sozinhos para a Zona Livre, no Sul da França. Os mais velhos já haviam saído e os pais iriam no dia seguinte. Todos juntos seria um risco enorme.  Roman havia treinado seus filhos a serem independentes desde o início da guerra, e ele mesmo resolve simular um interrogatório para o pequeno Joseph, a fim de que percebesse os reais perigos que iria enfrentar. A história se passa sob o olhar infantil de seus personagens, que amadureceram muito em dois anos. Cheios de coragem, inteligência e determinação, nos momentos mais terríveis a figura paterna estaria sempre presente no imaginário das crianças. O filme descreve muito bem a sociedade francesa da época. Deixados sozinhos, um não descuida do outro em momento algum, provando o amor fraternal. As situações mais perigosas e inacreditáveis são vencidas com grande cumplicidade entre eles.  Bela fotografia, imagens limpas, som adequado e uma interpretação impecável vamos acompanhando os muitos incidentes e perigos que enfrentarão, a fim de não serem reconhecidos como judeus. Contam com a ajuda de muitas pessoas boas e principalmente da igreja católica, na figura de um padre caridoso que os ajuda no início da viagem e de outro, que consegue certidões de batismo falsas e os acolhe em seu colégio. Quase tudo fazem sem orientação de qualquer adulto, apenas pelo instinto de sobrevivência e percepção do que ocorre ao redor. Haviam levado algum dinheiro, mas começam a fazer pequenos trabalhos por orientação da mãe, com quem falam ao telefone esporadicamente. O pai também estará presente em algumas situações dando ânimo e conselhos aos meninos. Ótimo filme, delicado e brutal ao mesmo tempo, retratando muito bem os horrores da Segunda Grande Guerra na França. Não deixe de ver nos créditos finais a foto dos irmãos nos dias de hoje. O livro é considerado muito bom pela crítica. A última imagem é de Joseph Joffo durante o lançamento de sua obra. Imperdível.

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