HUMAN FLOW, ALEMANHA, 2017, 140 MIN., DOCUMENTÁRIO.
É noite. O céu e o mar se
misturam em uma cena belíssima, milhares de estrelas são refletidas no oceano. Devagar
a imagem vai fechando e vislumbramos o que parece ser uma casquinha de noz no
meio do cenário paradisíaco. Aos poucos o dia amanhece e o objeto é um
barquinho lotado de pessoas que atravessam o oceano em busca de um lar, mas a
verdade é que “não há para onde ir”. Através de cenas impressionantes o artista
plástico e cineasta chinês Ai Weiwei acompanha a crise de refugiados, em 23 países,
obrigados pelas mais diferentes causas como guerra, violência, fome,
discriminação religiosa e política a deixarem seus países, amigos e parentes.
Uma verdadeira multidão sem destino e futuro, que em busca de um novo refúgio,
encontram decepção e muitas vezes violência e morte. Isso já acontece durante a
travessia; milhares morrem de fome, doença e afogamento. Talvez seja uma das
piores crises da humanidade. Essas pessoas deixam seus lares onde há guerra e
destruição. Enquanto esperam, ficam em campos de refugiados no meio do deserto
ou em lugares insalubres e hostis. Majoritariamente são do continente africano
e asiático. A Europa seria o oásis que
iria recebê-los, mas a verdade é oposta. Poucos países, como a Itália, resgata
essa multidão, mas depois da enorme travessia oceânica, enfrentam marchas a pé
e muita dificuldade para se vir perdidos por falta de acolhida. A Alemanha
recebe alguns, a França outros poucos com muita relutância e outros países com
o Reino Unido nem sequer pensam em acolhê-los.
São cenas fortes que o diretor chinês nos mostra, acompanhando sempre
essa massa humana que se desloca pelo mundo de tempos em tempos, como tem
ocorrido desde o início das eras. Ele procura lançar um pouco de compaixão e
fraternidade para quem vê o filme, na esperança de melhorarmos como seres
humanos. Difícil tarefa, quase impossível. O filme é imperdível!!!
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