LUCKY DE JOHN CARROLL LYNCH
ESTADOS UNIDOS, 2017, 88 MIN., DRAMA.
ELENCO:
HARRY DEAN
STANTON – LUCKY
DAVID LYNCH
- HOWARD
RON
LIVINGSTON – BOBBY
Este é o primeiro longa dirigido
por John Carrol Lynch, onde ele faz uma homenagem aos filmes de farwest, mas de
uma grandeza diferente do estereótipo.
Na imensidão do deserto vive o “velho” Lucky, um caipira inteligente e
distinto, que fuma desde a hora que levanta até a hora de dormir e já viveu
muito mais do que seus contemporâneos. A abertura do filme já é um premio e o
conteúdo o melhor para fechar o ano de 2017 com chave de ouro. A pequena cidade
tem pouquíssimos habitantes e todos se
conhecem . Lá sempre foi o lar de Lucky. Local belíssimo, cactos centenários e
belas montanhas. Com um rigor de vida impressionante, levanta, se lava e começa
sua sessão de alguns exercícios de yoga, demandando força e exatidão. Morando
sozinho e sem família, sai de casa e vai tomar seu café sempre no mesmo bar,
cumprimentando seu amigo, o dono, com “eu não sou ninguém”. Na cidadezinha é
respeitado e tem amigos sinceros. Um dia, ao levantar, sente uma tontura e desmaia
indo parar no médico, também amigo. Esse homem magérrimo nunca ficara doente e
após os exames é liberado. Todavia esse acontecimento faz com que fique
imaginando a morte e o que teria sido sua vida. Digna, sem dúvida. Pouco
sabemos dele, mas com o correr do enredo, baseado em um best-seller, vamos
tomando conhecimento de quem havia sido. Um veterano da Segunda Guerra Mundial,
ateu, homem culto dentro dos limites de sua vida e que agora sai em busca de um
sentido para as coisas terrenas. Tudo para ele tem um significado neste momento
e pouco a pouco vai tomando conta de seu passado, dos amigos atuais e do que
poderia encontrar no breve futuro, medo de morrer, certamente. Mas outras
coisas vão substituindo essa sensação e no final vemos um brilho em seu olhar
que beira à sabedoria máxima que um ser humano pode alcançar durante a vida. O
mais interessante é que esse esplêndido ator morre logo depois de concluir o filme
que fala da vida e sua extinção. Deve ter sido redentor para ele representar
seu último papel com um enredo tão verdadeiro. Absolutamente imperdível pela
música, fotografia, desempenho e direção. Talvez o melhor entre os melhores! O filme ganhou e foi nominado para diversos
prêmios.
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