domingo, 17 de dezembro de 2017

LUCKY DE JOHN CARROLL LYNCH



LUCKY DE JOHN CARROLL LYNCH
ESTADOS UNIDOS, 2017, 88 MIN., DRAMA.


ELENCO:
HARRY DEAN STANTON – LUCKY
DAVID LYNCH - HOWARD
RON LIVINGSTON – BOBBY

Este é o primeiro longa dirigido por John Carrol Lynch, onde ele faz uma homenagem aos filmes de farwest, mas de uma grandeza diferente do estereótipo.  Na imensidão do deserto vive o “velho” Lucky, um caipira inteligente e distinto, que fuma desde a hora que levanta até a hora de dormir e já viveu muito mais do que seus contemporâneos. A abertura do filme já é um premio e o conteúdo o melhor para fechar o ano de 2017 com chave de ouro. A pequena cidade  tem pouquíssimos habitantes e todos se conhecem . Lá sempre foi o lar de Lucky. Local belíssimo, cactos centenários e belas montanhas. Com um rigor de vida impressionante, levanta, se lava e começa sua sessão de alguns exercícios de yoga, demandando força e exatidão. Morando sozinho e sem família, sai de casa e vai tomar seu café sempre no mesmo bar, cumprimentando seu amigo, o dono, com “eu não sou ninguém”. Na cidadezinha é respeitado e tem amigos sinceros. Um dia, ao levantar, sente uma tontura e desmaia indo parar no médico, também amigo. Esse homem magérrimo nunca ficara doente e após os exames é liberado. Todavia esse acontecimento faz com que fique imaginando a morte e o que teria sido sua vida. Digna, sem dúvida. Pouco sabemos dele, mas com o correr do enredo, baseado em um best-seller, vamos tomando conhecimento de quem havia sido. Um veterano da Segunda Guerra Mundial, ateu, homem culto dentro dos limites de sua vida e que agora sai em busca de um sentido para as coisas terrenas. Tudo para ele tem um significado neste momento e pouco a pouco vai tomando conta de seu passado, dos amigos atuais e do que poderia encontrar no breve futuro, medo de morrer, certamente. Mas outras coisas vão substituindo essa sensação e no final vemos um brilho em seu olhar que beira à sabedoria máxima que um ser humano pode alcançar durante a vida. O mais interessante é que esse esplêndido ator morre logo depois de concluir o filme que fala da vida e sua extinção. Deve ter sido redentor para ele representar seu último papel com um enredo tão verdadeiro. Absolutamente imperdível pela música, fotografia, desempenho e direção. Talvez o melhor entre os melhores!  O filme ganhou e foi nominado para diversos prêmios.



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