LAS HEREDERAS, PARAGUAI, ALEMANHA, 2018, 98 MIN., DRAMA.
ELENCO:
ANA BRUN – CHELA
MARGARITA IRÚN – CHIQUITA
ANA IVANOVA – ANGY
Este filme venceu três categorias
no Festival de Berlim e foi premiado como o melhor longa estrangeiro no Festival de
Gramado. Um drama sensível, abrangendo totalmente o universo feminino com suas
questões e turbulências. Duas mulheres lésbicas (isso fica bem sutil) na casa
do sessenta anos sobrevivem na bela mansão de Chela, vendendo os bens de sua
casa para se manterem. Os compradores querem tudo, até as orquídeas da casa,
causando um grande mal estar a Chela, que procura permanecer fora das
negociações feitas por Chiquita e depois uma empregada doméstica. Ela possui o
carro de seu pai, um belíssimo Mercedes que também está à venda. Chela está em
crise profunda de depressão não saindo sequer da cama, enquanto Chiquita toma
conta de tudo, dirigindo a casa com firmeza. Quando Chiquita é presa por não
pagar suas dívidas que eram muitas, Chela é obrigada a tomar conta de si e da
casa, com a ajuda de uma serviçal contratada por sua amante. Uma vizinha rica e
bem idosa gosta de jogar cartas com suas amigas e decide procurar os serviços
de Chela, pedindo que a leve de carro até o local. Isso desperta a atenção das
outras senhoras e de Angy, mulher mais jovem, decidindo usar seus serviços.
Constrangida a princípio, é estimulada por sua vizinha a cobrar como um táxi.
Algum dinheiro extra vai entrando e ela ressurge como uma pessoa calma,
paciente que agrada a todos. Sua vida muda completamente, além de se interessar
por Angy, que também pede seus favores com o carro. Torna-se outra pessoa, mais
confiante e decidida. Com o tempo Chiquita sai da prisão para desconforto total
de sua companheira, arranjando um comprador para o Mercedes. O final é muito
interessante e reconfortante. Belo filme sobre mulheres idosas, de meia idade e
mais jovens, com suas angustias e paixões que as afligem ainda nos dias de
hoje. Ana Brun está excelente em seu papel, impecável. Apesar de o diretor ser
homem, conhece bem o universo feminino. O longa também pode ser visto como a
história do país. Recomendadíssimo para quem gosta do tema.
Nenhum comentário:
Postar um comentário