segunda-feira, 17 de setembro de 2018

BENZINHO DE GUSTAVO PIZZI




BENZINHO, BRASIL, 2017, 97 MIN., DRAMA.

ELENCO:
KARINE TELES – IRENE
ADRIANA ESTEVES – IRMÃ SÔNIA
OTÁVIO MÜLLER – MARIDO
KONSTANTINOS SARRIS – FERNANDO

Este belíssimo filme do cotidiano de uma família de classe média baixa é um presente. O diretor, Gustavo Pizzi e Karine Teles assinam o roteiro primoroso. A família é muito unida e um verdadeiro amor perpassa pelos seus membros. A figura central é Irene, que com sua capacidade facial mostra seu amor e sua dor. Irene é mãe de quatro filhos: dois adolescentes e dois meninos pequenos gêmeos, que na vida real são seus filhos. Ela tem uma rotina que evidencia o trabalho interminável das mulheres dessa classe social e o quanto são heroínas anônimas. Não tem um minuto para si mesma, cuidando dos filhos e da casa, fazendo marmitas, vendendo lençóis e ainda realizando seu sonho de completar o supletivo no ensino médio. Tudo é intenso para essa personagem, mesmo quando seu filho mais velho, Fernando, de 17 anos é chamado para jogar handball como profissional na Alemanha. Tendo apenas 20 dias para poder ter um destino melhor, Irene não está preparada para a separação. Além do marido sonhador, com planos nada factíveis, ela hospeda a irmã Sonia e seu filho, fugidos de um marido drogado e truculento. A casa deles está caindo aos pedaços, mas não podemos deixar de achar graça quando a porta quebra e eles optam por entrar e sair pela janela da sala. O dinheiro para emancipar o rapaz de 17 anos é muito para eles e a burocracia grande. Vemos o olhar de felicidade de Irene, quando alguns obstáculos parecem impedir a ida do jovem para a Alemanha. A mãe trabalha tanto que muitas vezes tem crises de exaustão e uma delas a leva para o chão da cozinha, sem forças para reagir. Não é só o trabalho físico que a tenta derrubar, mas principalmente a responsabilidade de cuidar de tantas pessoas. O amor, confiança e compaixão delas fazem com que sigam em frente e não há cenas piegas ou desagradáveis para mostrar todo sofrimento. Ótimo roteiro, muito sólido, atuações do elenco fora da média e a  direção de Pizzi fazem com que nos encantemos verdadeiramente pelo longa. Absolutamente imperdível. Abriu o festival Sundance de cinema.


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