segunda-feira, 27 de setembro de 2010

MOSCOU, BÉLGICA DE CHRISTOPHE VAN ROMPAEY









MOSCOW-BELGIUM (BÉLGICA/2008 102 MINUTOS)

ELENCO:
Barbara Sarafian – Matty
Jürgen Delnaet – Johnny
Johan Deldenbergh - Werner
Anemone Valcke – Vera, filha mais velha
Sofie Ferri – Fien, filha pré-adolescente
Julian Borsani – Peter, caçula e pré-adolescente

Essa história de amor tragicômica passa-se em Ghent, Bélgica, no bairro operário de Moscou, nas cercanias da cidade. Filme sensível e cheio de credibilidade aborda a história de uma família típica do lugar e do momento atual, com problemas funcionais. A ótima Barbara Sarafian no papel de Matty, funcionária de correio, está separada do marido, Werner, por quem nutre ainda algum afeto e cuida dos três filhos. Vera, jovem adolescente de 17 anos, inteligente e rebelde que namora uma garota de sua idade; Fien, a do meio, que adora cartas de Tarô e dá a elas muita credibilidade e Peter, o caçula, que quer ser piloto de avião. Werner é culto e professor de arte, mas largou a mulher de 41 anos para se juntar a uma aluna de 22 anos. O relacionamento deles é sarcástico e ela diz que o marido sofre de uma crise de meia idade. O filme inicia-se com uma cena em que Mitty está no supermercado com os filhos e seu semblante e roupas não poderiam ser piores: ela tem uma aparência sofrida, aparentando ser mais velha do que é e vê-se que está em estado de depressão. Colocando as mercadorias no porta-malas do carro, ao sair do estacionamento, colide com um caminhão amarelo e novinho. Seu motorista, o Viking Johnny, sai e logo começa a falar impropérios que são respondidos na mesma altura. Ela não quer pagar o conserto, pois se acha vítima. Logo chegam duas policiais e o assunto muda de tom. Ela segue para casa e Johnny vai ser investigado. À noite recebe um telefonema dele que se propõe, mais calmo, a consertar seu carro. A partir daí nasce uma química entre eles, que de certa forma é aceita pelas crianças, com quem tem boa relação, pois é um jovem de 29 anos. Os dois são separados e carentes de afeto, portanto uma explosão inicia-se. Contudo, à medida que eles vão convivendo, Johnny mostra uma faceta desagradável, pois não consegue frear seu ímpeto violento quando bebe. Nesse ínterim, Werner ao saber que existe outro homem na jogada, trata de enfrentá-lo, para dissuadi-lo. São diálogos bem rápidos e inteligentes que acabam em nova briga. Vera aproveita a situação e conta para a mãe que tem uma namorada, fato que não aborrece nossa heroína. A jovem namorada presenciara a baixaria dos homens ciumentos e passa a tratar muito bem Matty. Os personagens são pessoas com aparência normal, roupas comuns, sem maquiagem e você pode se espelhar neles e em suas histórias: são claramente humanos e naturais. Os arredores do bairro não são glamorosos ou sofisticados, fazendo com que o espectador se abstenha à narrativa muito bem conduzida, engraçada e sucinta. No terço final, Werner está disposto a voltar, mas não se desliga da amante e Matty tem a oportunidade de encontrar um amor real e leve na companhia de Johnny que não se cansa de procurá-la e modificar sua postura quanto ao seu problema. Ela terá a chance de reviver, remoçar e cuidar de seus filhos com maior possibilidade de ser feliz.
O diretor é holandês e trabalhava com curtas e televisão. Esse foi seu primeiro e ótimo longa. O filme recebeu boas críticas, prêmios e várias indicações. Que ele continue nesse caminho, que não é o forte de hoje, que terá muito sucesso. Não percam!
Ver mais no Estado de São Paulo de 24 de setembro de 2010

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