quarta-feira, 29 de setembro de 2010

WALL STREET: O DINHEIRO NUNCA DORME DE OLIVER STONE








WALL STREET: MONEY NEVER SLEEPS EUA/2010 127minutos
Elenco:
Michael Douglas – Gordon Gekko
Shia LaBoeuf – Jake Moore
Frank Langelle – Lewis Zabel
Carey Mulligan – Winnie
Josh Brolin – Bretton James

Continuação do filme Wall Street, que deu o Oscar de melhor ator a Michael Douglas, chega depois de 23 anos, a pedidos. Discorre sobre megainvestimentos, em Manhattan, que já produziram várias quebradeiras como a de 1930, de outubro de 1987 (Wall Street 1) e a mais recente, há dois anos. Oliver tem a intenção de nos alertar sobre o risco e volúpia de vários tipos que investem pesado na Bolsa de Valores, com o único objetivo de ficarem rapidamente milionários (mas não deixa de mostrar fascínio por eles). O filme começa com várias bolhas que se referem ao Bigbang e termina com bolhas de sabão em uma festa infantil. Gordon Gekko (ótimo Michael Douglas) está saindo da prisão em 2001, após oito anos, por cometer fraudes e uso de informações privilegiadas. Com seu terno fora de moda, anel e relógio de ouro e um gigantesco celular mais parece uma figura Jurássica. Esse personagem escorregadio e sem caráter está sedento por restaurar sua reputação e restabelecer contato com sua filha, Winnie, que deplora o pai e está noiva de um corretor de valores, Jake, que é um pouco diferente de seus colegas PHds em matemática ou física. É um jovem formado por uma universidade e criado em Long Island, ávido por ter dinheiro, mas nem de longe como seu futuro sogro. Gekko não tem mais nada além de sua filha e muita pose. Escreveu, na prisão, um livro intitulado “Is Greed Good?” como resposta ao primeiro “Greed is Good”, mas com isso não vai ganhar nenhuma fortuna. Carey Mulligan, em um papel menor por estigma de Stone que não gosta de dar bons personagens a mulheres, não quer ver o pai, mesmo a pedido de seu noivo. Jake quer ir à desforra pelo suicídio de seu mentor, o ótimo Frank Langelle, que se atira na frente de um trem no metro, por ter ido à falência. Jake e Gekko passam a forjar um plano para se vingar do megainvestidor, Bretton James, que conseguira dissuadir o FED a emprestar dinheiro a Zabel (Langelle) e salvar sua instituição, para a qual Jake trabalhava. Tudo é feito sem a anuência de Winnie, que agora espera um bebê e teme em reavivar o convívio paterno, que conhecia muito bem. Michael passa-se por um ótimo pai e sensato conselheiro do genro, mas são apenas artimanhas muito bem tramadas. As cenas dos arranhacéus de Manhattan mostradas por Stone são espetaculares e estonteantes. Logo elas se transformam em gráficos de movimento da bolsa, com suas subidas e descidas. Entretanto a melhor cena é a do baile de caridade desses investidores, onde a câmera percorre os colos e orelhas de todas as mulheres de qualquer idade ou raça, cravejados de brilhantes e enormes pedras preciosas valiosíssimas - o símbolo do dinheiro fácil e farto. Jake aposta na energia alternativa e quer ajudar uma companhia que a produz. Ocorre que isso se torna impossível com a morte de Zabel e com um golpe de mestre de seu sogro, que desvia toda a fortuna que sua filha receberia aos 25 anos, e se estabelece, em Londres, com grande fartura e luxo. Com isso, Winnie separa-se de Jake, para seu desespero, mas um happy end não poderia faltar, e novas chances serão estabelecidas. Uma pena, sem esse foco o filme seria muito mais denso e provocativo.

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