segunda-feira, 3 de outubro de 2011

TRABALHAR CANSA DE JULIANA ROJAS E MARCO DUTRA









DRAMA – BRASIL/2011, 99 MIN.
ELENCO:
Helena Albergaria - Helena
Marat Descartes - Otávio
Naloana Lima - Paula
Marina Flores – Vanessa
Esse ótimo drama com o título Trabalhar Cansa, tanto pode ser entendido ao pé da letra, como não trabalhar também cansa. Um filme paulistano e inovador faz com que não tenhamos a sensação de estar em frente à tela de televisão com artistas globais. São atores de alto padrão, principalmente a tímida Helena e Otávio com um timing muito preciso. O tema é sobre a classe média, que se vê confrontada com a falta de emprego e as consequência de tal fato, além de flertar com o terror. Helena sonha em montar um mercadinho em um local onde já havia outro, mas seus donos desapareceram misteriosamente, deixando para trás o local quase todo montado, necessitando apenas reparos e faxina. Quando ela chega a casa, depara-se com Otávio acabrunhado. Ele fora substituído em seu emprego por um rapaz bem mais jovem e inexperiente. Apesar da má hora, a decisão já está tomada e passam a fazer as melhorias no lugar, que não está nada limpo com insetos saindo de todos os cantos. Eles são um casal amoroso e que ainda se amam, tendo uma filha pequena a ótima Marina Flores no papel de Vanessa. Alguém terá de ficar com ela e será a honesta Paula (Naloana Lima), que conquistará a confiança da criança. Apesar dos esforços, Otávio não consegue arranjar uma colocação e isso vai minando o relacionamento do casal. Tampouco o mercadinho vai bem, pois Helena não tem o perfil de uma empresária agregadora e passa a maltratar os funcionários. Além do mais, aos poucos um movimento de terror se inicia no local, provavelmente de magia negra. O filme não tem música o que ajuda a entramos de cabeça nessa atmosfera desagradável de falha humana e superstição. Eliminado os problemas principais, entramos na cena final em que Otávio deixa sair de dentro de si toda sua angústia e desesperança.
Ótimo rumo do cinema brasileiro que poderia ser continuado, espelhando um pouco mais os problemas diários também da classe média que tanto se expandiu. O filme foi escolhido para o festival de Cannes e premiado no festival de Paulínia. Esses jovens (29 e 31 anos) curtas-metragistas fizeram um ótimo trabalho minimalista e diferenciado.

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