segunda-feira, 2 de abril de 2012

A DANÇARINA E O LADRÃO DE FERNANDO TRUEBA











EL BAILE DE LA VICTORIA, ESPANHA, 2009, DRAMA, 127 MIN.

ELENCO:
RICARDO DARÍN
ABEL AYALA
MIRANDA BODENHOFER

Baseado no livro do chileno Antonio Skármeta, o diretor espanhol,ganhador do Oscar de Belle Époque e vários Goyas, Fernando Trueba escala dois atores de peso –o também premiado jovem Abel Ayala como Ángel Santiago e Darín, o famoso ator argentino, como Nicolás Vergara Grey. No final da ditadura do general Augusto Pinochet, refugiado na Inglaterra, os presos de menor periculosidade são soltos. Dentre eles Ángel e Grey que não se conheciam na prisão. O rumo de cada um já havia sido traçado, Grey tentaria encontrar sua mulher e filho para um reinício de vida, fora da criminalidade. Ángel, que havia sido preso por uma simples bobagem, quer agora se dar bem na vida e seguir um plano, dado por outro prisioneiro, para apanhar a fortuna de Pinochet, que se achava em um cofre, dentro de um apartamento luxuoso em Santiago. A metade do percurso do roubo já havia sido realizada por Anão. Agora seria finalizar a tarefa. Nicolás Grey encontra a família mudada. Sua mulher havia se unido a um milionário, assim como o filho adolescente e não queriam mais saber dele. Desapontado, passa a viver em um hotel de quinta categoria. Contudo é procurado por Ángel que lhe expõe o plano, visto que era considerado o melhor arrombador de cofres naqueles dias, uma verdadeira personalidade. A resposta é negativa, entretanto o pragmático jovem não lhe deixa esquecer-se dessa oportunidade, por um dia sequer. Ángel, apaixonado por uma dançarina talentosíssima, órfã da ditadura e muito pobre, quer casar-se com ela e oferecer-lhe a oportunidade que merecia. Essa é mais uma fábula entre o bem e o mal, entre o talento e a política, aliás muito pouco mencionada no filme. Com seu sonho desfeito, Dárin resolve ajudar o rapaz e dar um destino aquele dinheiro, que afinal pertencia ao povo chileno. Ángel, que só andava a cavalo pela cidade, é franzino e determinado, tendo sido jóquei antes de ficar na prisão por dois anos. Ele conhece o caminho das pedras e da impunidade dos dirigentes prisionais corruptos. O plano acaba tendo sucesso e os três personagens se encontrariam na Argentina, através de um belíssimo e perigoso caminho pelos Andes congelados. A moral dessa fábula, um tanto lenta e bastante romântica, fica por conta de cada espectador. O filme foi indicado para o Oscar de melhor filme estrangeiro. Entretanto o brilho fica mesmo para o jovem Abel Ayala.

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