RUBY
SPARKS, EUA, 2012, 106 MIN. DRAMA ROMÂNTICO
ELENCO:
ZOE KAZAN –
RUBY SPARKS
PAUL DANO –
CALVIN
ANTONIO
BANDERAS
ANNETTE
BENING
Trata-se de uma fantasia psicológica pessoal,
pois é como você se vê, e interpessoal, seu relacionamento com outros
indivíduos, realizada pelos ótimos diretores do bem sucedido Pequena Miss
Sunshine. O filme tem imagens leves e belas, mas na verdade é quase brutal o
processo de aceitação feminina na vida do herói sem glamour. O jovem escritor,
Calvin, fora um verdadeiro sucesso aos 19 anos, quando publicou seu primeiro
livro, depois escreveu contos e agora não consegue se inspirar em nada, indo ao
psicanalista para conhecer-se melhor. Ele sugere que esse rapaz, tímido e
arredio, tenha um cachorrinho, Scotty, com a finalidade de encontrar pessoas e
conversar, além disso, escrever uma única folha sobre alguém que goste do
animal. Scotty, porém, é sem graça e não
se relaciona bem com outras pessoas, tal qual seu dono. No início do filme
vemos uma moça banhada pelo sol e conversando com alguém. Trata-se de um sonho
do protagonista, que consegue dar continuidade a ele em outra noite. A
inspiração chega e ele passa a escrever freneticamente sobre a namorada
perfeita para ele. Enquanto escreve em uma velha máquina de escrever, cenas
idílicas são mostradas na tela. Ele se confessa apaixonado pelo personagem a
seu psiquiatra, que não vê qualquer problema com o fato. Depois de poucas
semanas, a garota Ruby se materializa e “sparks” brilha em sua cozinha, como
sua namorada. Essa virada é fundamental para o desenrolar da história. Primeiro
se acha louco, tendo visões, mas as outras pessoas também a veem e sua única
saída é acreditar que ela realmente existe e a garota faz exatamente o que ele
escreve em suas páginas. Fica uma situação confortável, tornando-o primeiro
onipotente com a formação de seu feminino e depois desesperado, pois além de
seguir fielmente sua imaginação, ela “ganha vida própria”. Como suportar um
papel tão fundamental? As situações complicam-se e quase no terço final ele
realmente passa a manipulá-la até que tudo fuja de seu controle. O filme mostra
o que parece ser o ideal para muitas pessoas, ser o “exclusivo” roteirista de
sua própria vida. Ótimo filme para aqueles que curtem temas psicológicos.
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