DANS LA MAISON, FRANÇA, 2012, 105 MIN. SUSPENSE.
ELENCO:
FABRICE
LUCHINI – GERMAIN (PROFESSOR)
EMMANUELLE SEIGNER
DENIS MÉNOCHET
ERNEST
UMHAUER – CLAUDE (ALUNO)
KRISTIN
SCOTT THOMAS – MULHER DO PROFESSOR
Como se forma um escritor? Talento,
narrativa interessante, um grande vocabulário, um mestre que o conduza pelos
caminhos corretos? Talvez tudo isso em conjunto. Ozon, esse fecundo diretor de
Oito Mulheres e Potiche – A Esposa Perfeita, lança mais um filme genial baseado
nas primeiras frases. A história também se passa numa escola, como A Caça, contudo
na França. É um colégio piloto onde os professores tentam dar o melhor de si
para formar jovens cultos e preparados para a vida. Ocorre que lá, tal qual
como cá, eles não querem saber de estudar ou ler. Gostam de diversão e nada
mais. Germain, um professor de literatura, vê-se desesperado com o nível das
narrações de seus alunos, que são lidos também por sua mulher, empregada em uma
galeria de arte. Um dia recebe entre muitas bobagens uma narrativa incrível de
Claude que ao invés de ponto final, coloca um instigante “continua”. Procurando
o jovem rapaz compreende que está diante de um talento nato. Claude escrevera
sobre a casa de classe media de um colega, que considerava “normal”. Seus pais
o pegavam na escola e seguiam todos de mãos dadas para casa. Claude era
solitário morando somente com o pai paralítico. Culto para a idade e muito curioso, passa a
observar aquela habitação tão acolhedora e seus habitantes. Muito observador
dos comportamentos humanos consegue se insinuar dentro da família, tornando-se
amigo de todos. Suas observações são transcritas para a ficção numa espécie de
livro. O professor passa a ser seu tutor,
apesar do perigo que considera estar nessas revelações tão íntimas. Os textos
vão ficando cada vez mais elaborados e melhores, chegando a excelência. Sua
mulher o adverte do perigoso jogo, pois o rapaz já estava apaixonado pela mãe
do colega, conseguindo mesmo roubar-lhe um beijo sensual. Germain passa a
admirá-lo como um filho que não tivera e têm-se a impressão que gostaria de ter
a ousadia e talento de Claude. O suspense é constante, pois sempre ele se expõe
a situações de perigo em que pode ser descoberto pelas suas “vítimas”. O mais
interessante da obra é a maneira como o jovem consegue captar as condutas
individuais e as consequências delas; está sempre um passo a frente. O final é
imprevisível e o desempenho do jovem rapaz, considerado uma revelação, perfeito
e sempre com um ar de desafio misto com segurança. As atrizes são excelentes e
Fabrice Luchini envolve-se totalmente em seu papel. Ótimo programa!
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