segunda-feira, 22 de abril de 2013

GINGER & ROSA DE SALLY POTTER



GINGER & ROSE, REINO UNIDO, CANADÁ, CROÁCIA/2012 90 MIN. DRAMA

ELENCO:

ELLE FANNING - GINGER

ALICE ENGLERT – ROSE

ANNETTE BENING – FEMINISTA

CHRISTINA HENDRICKS – MÃE DE GINGER

ALESSANDRO NIVOLA - ROLAND

Este trabalho bem elaborado de Sally Potter tem um fundo psicológico e filosófico bastante evidente. A trama começa com duas amigas adolescentes dando a luz em 1945, quase no fim da Segunda Guerra Mundial. Ambas têm meninas, que se tornaram melhores amigas em qualquer situação. No início da película vemos cenas delicadas de real fraternidade entre ambas. Estamos agora em 1962 e elas estão preocupadas com a possibilidade de uma guerra nuclear, com a crise cubana de mísseis e uma situação mundial muito tensa, além do mais querem ser diferentes de suas mães. Na Inglaterra elas participam das passeatas a favor da paz, e Ginger, a mais politizada das duas, aconselha-se com seus padrinhos intelectuais que aprovam o movimento “Ban the Bomb”. Rosa está mais interessada em garotos como qualquer outra menina de sua idade e essa diferença as completa. Ocorre que os pais de Ginger estão se separando, pois Rodolf vive em sua própria filosofia e dela não abre mão, tendo sido preso durante a guerra por ser um pacifista. Ele sequer permite que a filha o chame de pai. A separação se concretiza e Ginger passa a viver com a mãe, a quem desaprova por ser depressiva e não ter uma profissão definida. Seu pai é seu mundo, pois além de talentosa como o escritor quer ser poetiza. Esses três personagens passam conviver mais após a separação, pois passam fins de semana em um veleiro que ele adora. Rosa e Rodolf, apesar da diferença de idade sentem uma afinidade profunda e aberta. O mundo de Ginger começa a desmoronar, entra em sua própria guerra afetiva tendo a atenção do pai deslocada para outra pessoa tão próxima. A partir do meio do filme o drama se exacerba, pois os comportamentos serão alterados e alguns papéis trocados. No terço final vem o desmascaramento da situação, pondo em xeque as crenças de cada um desses intelectuais e das adolescentes. Ótimo drama para ser discutido após a sessão. O desempenho das garotas é precioso, principalmente por nenhuma delas ser inglesa. Fannig é americana e Englert australiana. A atuação de Benning, apesar de curta, é impecável e Alessandro perfeito em seu papel de pai “deslocado” da realidade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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