GINGER & ROSE, REINO UNIDO, CANADÁ, CROÁCIA/2012 90 MIN. DRAMA
ELENCO:
ELLE FANNING - GINGER
ALICE
ENGLERT – ROSE
ANNETTE
BENING – FEMINISTA
CHRISTINA
HENDRICKS – MÃE DE GINGER
ALESSANDRO
NIVOLA - ROLAND
Este trabalho bem elaborado de
Sally Potter tem um fundo psicológico e filosófico bastante evidente. A trama
começa com duas amigas adolescentes dando a luz em 1945, quase no fim da
Segunda Guerra Mundial. Ambas têm meninas, que se tornaram melhores amigas em
qualquer situação. No início da película vemos cenas delicadas de real
fraternidade entre ambas. Estamos agora em 1962 e elas estão preocupadas com a
possibilidade de uma guerra nuclear, com a crise cubana de mísseis e uma
situação mundial muito tensa, além do mais querem ser diferentes de suas mães. Na
Inglaterra elas participam das passeatas a favor da paz, e Ginger, a mais
politizada das duas, aconselha-se com seus padrinhos intelectuais que aprovam o
movimento “Ban the Bomb”. Rosa está mais interessada em garotos como qualquer
outra menina de sua idade e essa diferença as completa. Ocorre que os pais de
Ginger estão se separando, pois Rodolf vive em sua própria filosofia e dela não
abre mão, tendo sido preso durante a guerra por ser um pacifista. Ele sequer
permite que a filha o chame de pai. A separação se concretiza e Ginger passa a
viver com a mãe, a quem desaprova por ser depressiva e não ter uma profissão
definida. Seu pai é seu mundo, pois além de talentosa como o escritor quer ser
poetiza. Esses três personagens passam conviver mais após a separação, pois
passam fins de semana em um veleiro que ele adora. Rosa e Rodolf, apesar da
diferença de idade sentem uma afinidade profunda e aberta. O mundo de Ginger
começa a desmoronar, entra em sua própria guerra afetiva tendo a atenção do pai
deslocada para outra pessoa tão próxima. A partir do meio do filme o drama se
exacerba, pois os comportamentos serão alterados e alguns papéis trocados. No
terço final vem o desmascaramento da situação, pondo em xeque as crenças de cada
um desses intelectuais e das adolescentes. Ótimo drama para ser discutido após
a sessão. O desempenho das garotas é precioso, principalmente por nenhuma delas
ser inglesa. Fannig é americana e Englert australiana. A atuação de Benning,
apesar de curta, é impecável e Alessandro perfeito em seu papel de pai
“deslocado” da realidade.
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