NORWEGIAN WOOD, JAPÃO, 2010, 133MIN. DRAMA
ELENCO:
RINKO KIKUCHI – NAODO
KEN’ICHI MATSUYAMA - WATANABE
Dirigido pelo talentoso diretor
Tran, de Cheiro da Papaia Verde, o filme é de uma plasticidade, fotografia e
iluminação primorosas ao extremo. Além do mais, todos os atores possuem uma
beleza óssea e pele invejáveis. Soma-se a isso, um trabalho sem pressa com
tempo para digerirmos os diálogos, apreciarmos as paisagens e refletirmos sobre
o amor, vida e morte. As mudanças de estações do ano são fundamentais e muito
bem exploradas nesse conjunto de ilhas que é o Japão. Ele começa e termina na
primavera, momento da esperança e amor. É baseado no livro que leva o título em
inglês de uma música de John Lenon, escrito por Haruki Murakami. A trama começa
em 1967, quando três melhores amigos de infância moram em Kobe. Naodo namora um deles, mas o trio nunca
se desfaz, pois a amizade é quase igual ao amor do jovem casal de 19 anos. Tudo
parece correr bem nesse verão, quando o namorado da jovem suicida-se, logo no
início do filme. O trauma é tão violento que Watanabe vai para Tóquio,
retornando aos estudos universitários e Naodo, desestabilizada emocionalmente,
muda-se com os pais para outra cidade. Acidentalmente
ambos, que ainda sofrem com a morte, encontram-se no dia em que ela faz 20 anos
e, calorosos um com o outro, ela perde a virgindade. Essas cenas mostram os
rostos dos atores e você percebe, nitidamente, o momento mais importante para
os dois. Surpreso por ser seu primeiro homem, Watanabe faz-lhe uma pergunta que
a torna muito atormentada, sumindo de sua vida. Tempo depois, já conhecendo uma
colega de faculdade que tem uma queda por ele, a belíssima Midori, ele recebe
uma carta de Naoko, que se encontra em um sanatório para tratar de sua severa
depressão. As estações vão acompanhando o andamento da história e em sua pior
fase na casa de saúde, Watenake, que a ama sinceramente, depara-se com uma
tremenda nevasca, deixando todas as montanhas e vales silenciosos e
maravilhosamente em paz, ao contrário dos ânimos do casal. Watanake é um jovem
admirado por todas as mulheres por seu caráter, beleza e sensibilidade. As
cartas são raras e ele não sabe o que fazer, pois escolhera a vida e a
felicidade, ainda mais com a convivência de Midori. O final é muito trágico
para Naoko, mas Watanabe consegue reagir em sua busca pela vida e o final é
belíssimo. Filme de reflexão, tendo como pano de fundo os protestos, no Japão,
pela guerra do Vietnã. Imperdível!
otografi
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