domingo, 5 de outubro de 2014

GAROTA EXEMPLAR DE DAVID FINCHER





GONE GIRL, EUA, 2014, 149 MIN., THRILLER DRAMÁTICO
ELENCO:
BEN AFFLECK – NICK
ROSAMUNDE PIKE – AMY
KIM KICKENS – RHONDA, DETETIVE
Este é mais um impressionante filme da carreira super bem sucedida de David Fincher, adaptador de vários filmes baseados em livros, como este do romance homônimo de Gillian Flynn, responsável pelo roteiro de produção.  Seus outros trabalhos foram O Incrível Caso de Benjamin Button, Seven, Clube da Luta, Zodíaco, A Rede Social, House of Cards e Milllennium.  Com uma direção precisa e econômica faz uma grande história de mistério. É o quinto aniversário de casamento de Nick (ótimo Ben Affleck) e Amy (impecável Rosamund Pike), uma garota prodígio, graças à sua mãe que escreveu uma série de livros infantis baseados na inteligente menina e muito apreciados pelas crianças. Ela sempre foi bastante exposta pelos pais, até que quando já casada com Nick, o casal da classe alta americana, é obrigado a se mudar de Nova York para uma cidadezinha do Missouri. Uma enorme diferença na vida de ambos. Nesse dia marcante do desaparecimento começa uma história que parece ser uma coisa, mas é outra bem diferente. Nick e Amy moram em uma belíssima casa, quando pela manhã, ele volta de um passeio e não encontra a esposa em casa e leva um susto ao ver que os móveis da sala estão remexidos e quebrados. Cauteloso, observa a cozinha que contem algumas gotas de sangue no armário e uma marca de mãos ensanguentadas que indica que fora arrastada do lugar. Prevenido avisa a irmã gêmea, os pais de Amy e a polícia. A partir daí começa uma investigação apurada e desconcertante da vida deles. A detetive interiorana e investigadora é a ótima Kim Kickens. É muito sangue mal limpo, mas não há um corpo, então a linha de trabalho será desaparecimento. Nick é um bonitão professor universitário, mas meio desligado, não se mostrando muito sensibilizado. Com a vinda dos pais de Nova York um circo instala-se na casa do casal, bem ao gosto dos americanos, valendo todo tipo de mídia, lanches, garrafas de café e o diabo a quatro. O espectador fica incomodado com o alvoroço. Nick é assediado pelas mulheres presentes, chegando a ponto de sorrir perto do cartaz de sumiço de Amy, porque assim o pediram. A ótima trilha sonora de Trent Reznor, Atticus Ross e as imagens por vezes sombrias fazem toda diferença no suspense que se instala. Nick não é o que parece e passa a ser considerado culpado pelo crime, mas Amy é muito mais poderosa. Com uma inteligência e beleza acima do normal ela sabe das coisas e isso será a cereja do filme. São duas pessoas até certo ponto parecidas, que não estavam felizes unidas, mas que o transcorrer dos fatos irá preparar-lhes a mais incrível armadilha, talvez indissolúvel. O que teria gerado tal trauma em Amy para ser o que é? Seus pais, sua vida, a união com o marido? Especulações características de matrimônio são relevantes. É o tipo de filme que acaba na tela com você grudado na história, que não posso revelar mais e continua na sua cabeça até a hora de se deitar. Imperdível. Vale a pena ler uma entrevista com o diretor na revista Veja.   

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