segunda-feira, 13 de outubro de 2014

O HOMEM MAIS PROCURADO DE ANTON CORBIJN




A MOST WANTED MAN, REINO UNIDO, EUA, ALEMANHA/2014. 121 MIN., SUSPENSE
ELENCO:
PHILIP SEYMOUR HOFFMAN – GÜNTHER
RACHEL MCADAMS –
WILLEM DAFOE – BANQUEIRO
VICKY KRIEPS – ADVOGADA
GRIGORI DOBRYGIN – JOVEM ISSA KARPOV
Anton Corbijn faz uma ótima direção nesse suspense baseado no livro homônimo de John le Carré. Com consternação vemos uma das últimas apresentações do impecável Philip Seymour Hoffman, morto neste ano. O romance trata da mais nova ameaça ao mundo, o terrorismo dos países mulçumanos, principalmente contra os Estados Unidos. Nosso saudoso Hoffman faz o papel principal, o agente Günther Bachmann da inteligência alemã, que tem como prioridade evitar que terroristas entrem nos EUA. Existe, no início, um prólogo afirmando que um lapso da agência alemã permitira o ataque da Al Qaeda em 2001 e isso não pode mais se repetir. Günter conta com uma equipe muito coesa e dedicada, principalmente em campo, tendo conseguido aliciar vários mulçumanos jovens que são contra esse tipo de situação. Entre a inteligência alemã e a CIA ocorrem várias diferenças nas pesquisas, sendo a primeira mais sútil. O romance, complexo, foca os bastidores. Günther é a favor do trabalho minucioso para pegar o peixe grande e age com prudência. Começamos com um jovem entrando ilegalmente, pelo porto, em Hamburgo. Magérrimo e abatido esse rapaz checheno, produto de um estrupo de seu rico pai, militar russo, contra uma jovem chechena, tenta refúgio na grande comunidade muçulmana da Alemanha. Não deseja voltar para a Rússia, onde foi preso e torturado. Abrigado em uma casa da periferia consegue a proteção de uma advogada alemã simpática à causa islâmica. Ela será seus olhos e ouvidos para permanecer no país, fato complicado uma vez que não tem nenhum documento, apenas uma carta assinada por seu pai e um objeto pertencente a um banco. O peixe grande é Abdullah, um homem riquíssimo, que Günther tem certeza de que é o elo que envia dinheiro e suprimentos para Al Qaeda. A forte personalidade de Hoffmann contribui para o mistério em cenários escuros e becos mal frequentados perto do porto. Nesses instantes sentimos a grande empatia entre ator e seu papel, principalmente na tragédia de sua vida real. O filho de Abdullah é um de seus colaboradores. As cenas correm rápidas, pois não há tempo a perder já que existe uma grande rivalidade entre os membros principais das duas agências, que complicam a caçada. O final, que parece cheio de esperança, tem uma reviravolta quase tão estonteante como o que Hoffmann cometeu contra sua própria vida. Imperdível! Grande trabalho de Hoffmann e dos outros protagonistas, sempre em estado de extrema tensão. Uma pena o filme não ser falado em alemão, daria uma força bem maior.


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