LA LOI DU MARCHÉ, FRANÇA, 2015, 93 MIN., DRAMA
ELENCO:
VINCENT
LINDON – THIERRY
KARINE DE
MIRBECK – ESPOSA
MATTHIE SCHALLER
Vincent Lindon foi premiado o
melhor ator do Festival de Cannes e o César, o Oscar francês. Neste filme ele
está soberbo. O diretor Stéphane Brize faz um retrato da “Velha Europa” atual.
Desemprego em massa e a imigração de vítimas de guerra, inchando a França ainda
mais. Vincent é um operário categorizado que comprou uma casinha bonita, casado,
tem um filho deficiente físico. O garoto é inteligente, mas precisa de uma
pessoa que fique com ele para estudar e ajudá-lo em afazeres físicos. Sua mãe é
essa pessoa. Desesperado com o fim do seguro desemprego vai a todas as
entrevistas possíveis, contudo não consegue nada e se obtivesse receberia um
salário bem inferior. É um homem honesto, que ama a família, no entanto se vê
desprestigiado no mercado de trabalho. Depois de muita luta, admite trabalhar
como segurança em um supermercado. A rotina é dura, pois existem várias câmaras
para flagrar os clientes que roubam, assim como a conduta desonesta de alguns
empregados. Seu chefe é rígido e não deixa passar qualquer deslize, mesmo que
não seja grave. No filme estamos sempre vendo uma salinha, onde as pessoas são
desmascaradas e isso constrange de certa forma o herói. Além do pagamento da
casa, está com um carro popular que acabara de comprar e a receita mal dá para
que não fiquem no vermelho. Algo muito parecido com o que está se passando no
Brasil. E é aí que nos colocamos inteiramente dentro desse drama. Apesar de
todas suas necessidades e problemas escolares com o filho segue adiante fazendo
o que detesta. Vemos dois episódios onde boas funcionárias são humilhadas e mandadas
embora por pequenos delitos. Mas perderam a confiança do chefe implacável,
obrigado a melhorar o faturamento do estabelecimento. O filme é gelado sob o
ponto de vista humano e bem voltado ao mercado atual, com toda sua tecnologia,
necessidade de sobrevivência e lucros. Com o passar do tempo Thierry não
aguenta mais e deixa que a vida o leve e sua família, pois existe um limite
para o ser humano que acredita no seu semelhante e na compaixão. Ótimo filme,
com roteiro ágil e muito atual. Imperdível.
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