BRASIL, 2016, 75 MIN., COMÉDIA
ELENCO:
OTÁVIO AUGUSTO
CRIS COUTO
SIOMARA SCHRÖDER
Um grupo de paulistanos, que já
havia morado na capital e está agora no interior, pega um ônibus de turismo
para assistir uma peça de teatro e ir a um restaurante bacana. Eles haviam
mudado por questões de segurança. Pessoas de diversas idades e profissões estão
reunidas, na saída do teatro Ruth Escobar, a fim de continuar o passeio,
monitorados pela guia. Mas qual não é o embaraço da moça quando descobre que o
motorista havia sumido e os deixado ao relento, tarde da noite e o pior,
ninguém lembra como era seu rosto e como estava vestido. O filme constrói com
precisão e habilidade a parte psicológica urbana, onde a paralisia toma conta
dos indivíduos em casos como esse, pois à medida que o tempo passa, cada um
expressa seus temores e receios, os mais infundados possíveis. Vem a graça. A
única pessoa lúcida é uma senhora cega, acompanhada pela filha. Um dos
“sobreviventes” acha que ouviu um ruído de rádio e pendurado no ombro do amigo,
tem certeza de ver o condutor dormindo no banco de trás, ouvindo música. Era
impossível ver qualquer coisa, pois as janelas estão recobertas por um filme
bem escuro. O tempo vai passando e a inação e inercia das pessoas vão
recrudescendo, como se não pudessem dar um passo para encontrar uma solução.
Inclusive alguns manequins substituem atores, uma vez que não fariam nada
mesmo. Isso também tem a ver bastante com o momento brasileiro de um tempo
atrás, quando apesar do desastre político e moral, ninguém esboçava nenhuma vontade
de lutar contra o sistema. Enredo muito bem bolado e os atores de teatro dão um
show de interpretação. Ótima direção, trabalho bom, divertido e atualizado.
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