I, DANIEL BLAKE, REINO UNIDO, FRANÇA, BÉLGICA,2016
DRAMA
ELENCO:
DAVE JOHNS
– DANIEL BLAKE
HAYLEY
SQUIRES – KATIE
Com sua segunda Palma de Ouro em
Cannes, Ken Loach denuncia nesse intenso filme a condição entre o estado e os
cidadãos da classe média baixa do Reino Unido. Gira em torno dessa comunidade
mais pobre, que mora mal, tem empregos de baixa qualificação educacional e
recebe muito pouco do governo, que não se preocupa muito com eles, mas impõe
uma enorme burocracia em suas vidas. Daniel é um carpinteiro de 69 anos, viúvo,
que sofreu um grave ataque cardíaco e não está podendo trabalhar. Sua médica
acha que está progredindo, mas precisará ficar ainda alguns meses descansando
para poder voltar à ativa. O serviço de seguridade social não concorda com o
parecer e obriga esse cidadão a passar pelos maiores vexames de sua vida. Longe
dos computadores, pois sempre usara um
lápis atrás da orelha, é um técnico perfeito em sua área, mas péssimo em
tecnologia. No gabinete da seguridade é cravejado de perguntas inoportunas e
tolas, que não têm nada a ver com sua doença. Descontente com o tratamento que
Katie e seus dois filhos também estão tendo no mesmo lugar, arruma encrenca a
fim de defendê-los e todos são expulsos pela polícia do local. Katie perdeu seu
direito ao apartamento social em Londres e foi deslocada para New Castle, onde
não conhecia ninguém. Os dois se tornam amigos, ajudando a reformar sua casa,
pois é um faz-tudo, olha as crianças para ela procurar emprego e os entretêm
com carinho. Uma amizade sincera e sem segundas intenções nasce entre esses
indivíduos que só contavam com uma rede humanitária de proteção. Todos se amparavam
como podiam pela rigidez do governo. Isso é bem verdade, até entre as pessoas
de classes mais elevadas, pois convivo com elas. A ajuda humana é total e as ligações
individuais as mais sinceras. O filme fala para o coração e tem grandes
semelhanças com que ocorre nesse nosso Brasil no quesito burocracia e mau
atendimento. Mesmo assim, lá a moradia e condições gerais são muito melhores,
seria nossa classe média, média. Imperdível, com atuações comoventes e
situações engraçadas e bizarras!!
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